Em live, Bolsonaro desautoriza Mourão a falar de conflitos no leste europeu - Reprodução
Conflito

Durante live, Jair Bolsonaro desautoriza Mourão a falar sobre Rússia x Ucrânia

Presidente citou artigo constitucional para reforçar que o assunto é de sua competência

Da redação Publicado em 25/02/2022, às 09h51

O presidente Jair Bolsonaro (PL) desautorizou o seu vice, Hamilton Mourão (PRTB) a falar sobre a situação entre Rússia x Ucrânia, durante uma live, na noite da última quinta-feira (24). Ao citar o artigo 84 da Constituição, o chefe do Executivo afirmou que o assunto é de sua competência. 

O artigo em questão diz justamente que “manter relações com Estados estrangeiros e acreditar seus representantes diplomáticos” é tarefa privativa do presidente da República.

"Então, com todo respeito a essa pessoa que falou isso - e eu vi as imagens, falou mesmo -, está falando algo que não deve, não é de competência dela, é de competência nossa", frisou Bolsonaro, ao lado do ministro das Relações Exteriores, Carlos França, em referência a Mourão. 

O militar disse ainda que só se pronunciaria sobre o conflito no leste europeu após consultar França e o ministro da Defesa, Braga Netto. "Quero ouvir pessoas que realmente são ministros pra tratar desses assuntos", pontuou. Em seguida, ele acrescentou: "Mais ninguém fala". 

Vale lembrar que na manhã da última quinta, Mourão ressaltou que o Brasil não concorda com os ataques militares da Rússia ao território ucraniano. “O Brasil não está neutro. O Brasil deixou muito claro que ele respeita a soberania da Ucrânia. Então, o Brasil não concorda com uma invasão do território ucraniano. Isso é uma realidade”, afirmou para a imprensa. 

Até o momento, Bolsonaro se limitou a usar o Twitter para falar da crise e disse que está empenhado em proteger os brasileiros que estão na Ucrânia, citando a embaixada brasileira em Kiev, capital do país. Antes disso, o Itamaraty já havia se posicionado, também sem condenar os ataques. 

- Estou totalmente empenhado no esforço de proteger e auxiliar os brasileiros que estão na Ucrânia.

- Nossa Embaixada em Kiev permanece aberta e pronta a auxiliar os cerca de 500 cidadãos brasileiros que vivem na Ucrânia e todos os demais que estejam por lá temporariamente.

— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) February 24, 2022

ENTENDA

A Ucrânia acordou sob forte ataque russo na manhã de quinta-feira (24). A população foi despertada com sirenes que alertavam sobre uma invasão ao país. Antes mesmo que as pessoas pudessem se organizar para uma possível fuga, os ataques russos começaram em diversas partes do país com tanques, helicópteros e aviões. 

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, declarou publicamente que autorizou uma operação militar contra a Ucrânia. Ele também ameaçou qualquer ajuda ou interferência de outros países ao conflito, o que pode ser um recado claro aos Estados Unidos e aos países da Europa que são contrários aos ataques. 

“Quem quer que tente interferir, e ainda mais para criar ameaças ao nosso país, ao nosso povo, deve saber que a resposta da Rússia será imediata e o levará a consequências como você nunca experimentou em sua história. Estamos prontos para qualquer desenvolvimento de eventos. Espero ser ouvido”, disse. 

Até o momento, inúmeras nações se mostraram contra o ataque russo e partiram para sanções e punições econômicas ao país, na tentativa de colocar fim ao conflito. 

BRASILEIROS

Jogadores brasileiros do Shakhtar Donetsk e do Dínamo de Kiev usaram as redes sociais para pedir ajuda para deixarem a Ucrânia. Cerca de 20 pessoas, entre atletas e familiares, estão em um hotel localizado na cidade de Kiev. 

"Estamos pedindo ajuda de vocês nesse vídeo devido a falta de combustível na cidade, fronteira fechada, espaço aéreo fechado, não tem como gente sair. Pedimos apoio ao governo do Brasil que possa nos ajudar e espero que vocês nos ajudem a promover esse vídeo pra alcançar o máximo de pessoas possível", disse Marlon, ex-zagueiro do Fluminense.   

Jair Bolsonaro live desautoriza Rússia x Ucrânia Mourão

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