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Como está a sua audição? 21,52% da população das Américas tem perda auditiva

Sabia que 21,52% da população das Américas tem perda auditiva? Veja dicas

*Dra. Maura Neves, colunista de AnaMaria Publicado em 07/03/2023, às 08h00

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Como está a sua audição? Veja dicas da especialista. - Kimia Zarifi/Unsplash
Como está a sua audição? Veja dicas da especialista. - Kimia Zarifi/Unsplash

O Dia Internacional da Audição foi celebrado na última sexta-feira, 3 de março. Aproveitando a data deste ano como gancho, quero saber: você pensa sobre como está a sua audição? O tema deste ano, inclusive, foi ressaltar a importância de incorporar a audição e os cuidados auditivos na assistência básica como componente importante da cobertura de saúde. 

Para se ter uma ideia, mais de 1,5 bilhão de pessoas experimentam algum grau de perda auditiva. Destes, estima-se que 430 milhões tenham perda auditiva moderada ou grave no ouvido com melhor audição. 

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), são cerca de 217 milhões de pessoas nas Américas que vivem com perda auditiva, ou seja, 21,52% da população e espera-se que até 2050, esse número possa subir para 322 milhões. 

"NÃO TÔ TE ESCUTANDO"

A surdez pode surgir em qualquer fase da vida e, muitas vezes, é irreversível. Quando ocorre desde o nascimento, a mais grave, pode afetar definitivamente o desenvolvimento psicossocial do ser humano. Em outras palavras, a perda auditiva compromete a capacidade de aprendizado e desenvolvimento integral. 

A deficiência auditiva, envolve a perda total ou parcial da audição, manifesta-se como surdez leve, moderada, severa ou profunda, conforme a sua gravidade.  

As causas de deficiência auditiva de moderada a profunda mais frequentes em crianças são a rubéola gestacional e outras infecções pré-natais. Contudo, em cerca de 33% dos casos, não se consegue estabelecer uma causa para a surdez. Nos casos de deficiência auditiva de leve a moderada, a otite média é a causa mais frequente na infância, e atinge cerca de um terço das crianças.   

Nos adultos a perda auditiva pode ocorrer por trauma acústico, excesso de ruídos, presbiacusia (envelhecimento do sistema auditivo), infecções (otites), problemas específicos na cóclea (órgão auditivo) e, mais frequentemente, excesso de cerume. 

O QUE FAZER?

Na suspeita de redução da audição a primeira ação é ser avaliado por um médico otorrinolaringologista. O exame dos ouvidos por otoscopia permite diagnosticar excesso de cerume, otites entre outros problemas nos ouvidos. Na presença de uma otoscopia normal deve ser realizada uma Audiometria. O exame de audição consegue nos dizer qual o tipo e grau da perda auditiva, assim como o local da lesão. 

Ela é normalmente indicada em casos de crianças que falam alto, otites de repetição, escutam a televisão em volume aumentado, apresentam dificuldades escolares, desatenção, trocas ou distorções na fala e atraso no desenvolvimento de linguagem, assim como em crianças portadoras de síndromes e doenças degenerativas.

Também é indicada para indivíduos com queixa de dificuldade de audição, ouvido tampado, zumbido, dor de ouvido, incômodo com o som alto, como prevenção em casos de trabalho em ambiente ruidoso. Isso para ser feita uma intervenção o mais precoce possível. 

No caso dos recém-nascidos há o teste da orelhinha, exame de triagem auditiva obrigatório e realizado na maternidade, que mostra casos de perda auditiva desde o nascimento. Já falei sobre este teste algumas vezes por aqui! 

De maneira geral, as recomendações deste ano da OMS são: 

  • Boa audição e comunicação são importantes em todas as fases da vida. 
  • A perda auditiva (e as doenças auditivas relacionadas) pode ser evitada por meio de ações preventivas como: proteção contra sons altos; boas práticas de cuidado do ouvido e vacinação (que diminuem infecções respiratórias). 
  • A perda auditiva (e doenças auditivas relacionadas) pode ser tratada quando identificada em tempo hábil, com os cuidados apropriados. 
  • Pessoas com risco de perda auditiva devem verificar sua audição regularmente. 
  • Pessoas com perda auditiva (ou doenças de ouvido relacionadas) devem procurar atendimento de um médico. 

*DRA. MAURA NEVES é formada na Medicina pela Faculdade de Medicina da USP. Residência em Otorrinolaringologia pelo HC- FMUSP. Fellow em Cirurgia Endoscópica pelo HC- FMUSP. Doutorado pela Faculdade de Medicina da USP. Médica Assistente do Hospital Universitário da Universidade de São Paulo -SP. Aqui na Revista AnaMaria, trará quinzenalmente um conteúdo novo sobre a saúde do ouvido, nariz e garganta. Instagram: @dra.mauraneves.