Autonomia financeira pode ajudar mulheres em situações de violência doméstica; saiba por onde começar
É comum que os relacionamentos abusivos venham acompanhados da dependência financeira. As mulheres, em muitos casos, se veem presas em uma relação onde existe violência doméstica e abuso psicológico por não serem financeiramente independentes. Mas, como sair de uma relação abusiva? O empreendedorismo pode ser a solução para resgate não apenas da autoestima como da independência financeira!!
Por que tantas mulheres estão em um relacionamento abusivo?
Quando somamos os trabalhos de cuidados domésticos, que não são remunerados, e o emprego formal, as mulheres trabalham mais do que os homens. Porém, quando falamos da renda gerada, elas ainda ganham menos. A sobrecarga do acúmulo de tarefas em casa faz com que as mulheres não consigam se dedicar à carreira.
“As mulheres reconhecem a importância da autonomia financeira para que elas possam sair de uma relação onde há violência doméstica. Isso porque umas das primeiras preocupações é ‘se eu sair dessa situação, como vou me sustentar?'”, diz Rachel Rua, doutora em Antropologia Social pela Universidade de São Paulo (USP) e diretora da iO Diversidade.
Por outro lado, a violência doméstica envolve outros fatores que tornam o cenário ainda mais complexo. De acordo com Rachel, a autonomia financeira é um fator decisivo, mas não é o único. Há também, em alguns contextos, a dependência psicológica ou um processo de naturalização da violência.
“Mas, sem sombra de dúvida, a autonomia financeira das mulheres é um motivo determinante. A independência pode ajudar tanto do ponto de vista da sobrevivência, como no resgate da autoestima, o que também é fundamental. Isso porque, na medida em que você vai se sentindo mais capaz de gerir a sua própria vida, começa a ter ferramentas para agir contra essa violência”.
Quando falamos da autonomia financeira das mulheres, existem alternativas que podem ser uma porta de saída para uma relação onde há violência física ou psicológica.
Entrar no mercado de trabalho após um longo período longe dele é um dos desafios na busca da autonomia financeira das mulheres. “A volta para o mercado formal de trabalho também é muito difícil e, geralmente, ela acontece em cargos que não vão garantir uma remuneração que possibilite a sobrevivência dessas mulheres”.
A maioria das empreendedoras iniciaram os seus negócios por necessidade, resultado que se destaca entre as mulheres negras, de menor renda e de escolaridade mais baixa, segundo estudo feito em 2023 pela Rede de Mulheres Empreendedoras (RME).
No entanto, durante o processo de abrir um negócio, é comum que essas mulheres sejam desestimuladas pelos próprios parceiros ou até mesmo proibidas. “Quando você está submetida, pode duvidar da própria capacidade de empreender. Então, muitas vezes, essa pessoa acaba não acreditando na perspectiva de crescimento”, diz.
Por onde começar? Vamos lá: é importante lembrar que, se você está vivendo uma relação onde há violência doméstica, a culpa não é sua - e você deve buscar ajuda. Rachel destaca a importância das ações sociais para as mulheres conseguirem sair desses contextos.
“É preciso que elas entendam que não estão sozinhas nesse processo. É preciso que elas saibam que elas têm direitos, e que elas podem acessar essas redes de apoio. Quando nós nos despimos dessa culpa, ganhamos mais força para enfrentar essa situação”.
O resgate da autoestima da mulher que vive uma relação abusiva, especialmente quando há violência, é essencial. E ter uma carreira independentemente do parceiro é fundamental para isso.
AnaMaria selecionou plataformas que oferecem cursos gratuitos, para você dar um primeiro passo em direção ao empreendedorismo e à liberdade..
Rede de Mulheres Empreendedoras — Online
O Instituto RME tem como objetivo principal ajudar mulheres em vulnerabilidade social.
O projeto conta com uma plataforma de cursos gratuitos em diversas áreas do conhecimento: finanças pessoais, plataformas digitais, autoconhecimento e comunicação.
Fundação Bradesco — Online
A escola virtual da Fundação Bradesco tem um catálogo de cursos que abrange as áreas da tecnologia, educação e desenvolvimento pessoal — um ótimo meio para recuperar a autoestima e começar a empreender.
Sebrae — Online
A plataforma online do Sebrae oferece cursos de capacitação para quem quer abrir um negócio, mas ainda não sabe de onde partir. Os cursos vão desde ‘Controle da movimentação financeira’ até ‘Como definir preço de venda’.
Senac — São Paulo
Em 2024, o Senac São Paulo abriu mais de 23 mil vagas para bolsas de estudos em cursos na área da beleza e bem-estar. Os cursos são oferecidos em todas as unidades da instituição. Para fazer a matrícula, é necessário comprovar renda familiar mensal de até dois salários-mínimos por pessoa.
A inscrição deve ser feita 20 dias antes do início do curso escolhido, sempre a partir do meio-dia, pelo site do Programa Senac de Gratuidade. Vale destacar que as inscrições são por ordem de chegada em uma fila de espera virtual.
Se você tem habilidade com trabalhos manuais, confira dicas de como empreender com artesanato.
Saiba como conciliar a maternidade com uma carreira de sucesso!
