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De Espera Marido a Pé de Moça: Saiba quais os nomes de doces podem ser preconceituosos

Ainda existem comidas chamadas de forma que ofenda a imagem da mulher.

Espera Marido passou a ser chamado de Gravatinha de Coco - Foto: Reprodução/Cook’n Enjoy
Espera Marido passou a ser chamado de Gravatinha de Coco - Foto: Reprodução/Cook’n Enjoy

Embora alguns estabelecimentos tenham substituído os nomes de alguns doces, ainda existem comidas chamadas de forma que ofenda a imagem da mulher. Os nomes vão desde Espera Marido a Pé de Moça. Alguns como Teta de Nega, Maria Mole, Espera Marido e Nega Maluca já são chamados de Chocomellow, Molenguinho, Gravatinha de Coco e Chocolate Maluco. 

Os novos nomes foram escolhidos em votação popular promovida por uma marca de açúcar. Em 2022, a campanha 'Respeito na Medida', idealizada por uma agência de São José do Rio Preto, no interior de São Paulo, proporcionou o debate sobre nomes de doces tradicionais da confeitaria brasileira que ofendem as mulheres.

O filme 'Respeito Na Medida' mostra um experimento feito com crianças e adultos, em que, a partir das percepções das crianças em relação aos doces, os nomes das receitas são questionados. "Não só da culinária brasileira, uma campanha que contribuiu para o futuro de centenas de mulheres", declara o Açúcar Guarani no site da campanha. 

ESPERA MARIDO

O nome Espera Marido é inspirado nas mulheres do interior de Minas Gerais que preparavam essa sobremesa para  passar o tempo enquanto esperavam os seus maridos voltarem do trabalho. O doce servia como recompensa para eles após um longo dia de serviço. Então, foi denominado para Gravatinha de Coco.

NEGA MALUCA

Ainda é comum encontrarmos receitas de bolo de chocolate que levam o nome pejorativo de Nega Maluca. A relação do nome com o doce tem a ver com a história popular, sem comprovação, de que a receita teria sido criada por uma escrava considerada maluca. Com o passar do tempo e pelas pautas sociais levantadas pelo Movimento Negro, o uso da expressão "nega maluca" passou a ser desencorajado para evitar estereótipos racistas.

MARIA MOLE

Segundo a lenda, o doce "molenga" foi criado por uma escrava chamada Maria para substituir o sorvete. Conta-se que a família real portuguesa tinha o hábito de mandar vir por mar carregamentos de gelo dos Alpes europeus para fazer sorvete. Uma vez, um desses navios não chegou e, Maria tentou fazer algo semelhante misturando coco, açúcar, agua e mocotó, o que deu textura gelatinosa ao doce.

TETA DE NEGA

A lenda em torno da Teta de Nega é de que ele foi feito em homenagem à ama de leite da Princesa Isabel. Entretanto, é difícil de imaginar que uma escrava pudesse receber qualquer homenagem. O que conta a história é que, quando a Princesa Isabel tornou-se a mais nova herdeira e sucessora do trono, ficava feio para a imagem de sua família que ela tivesse uma ama de leite. Então, o bispo mor criou uma bolsa de couro queimado que simulava o seio da ama e armazenava o leite dela.

Tempos depois, quando Isabel foi proclamada herdeira do trono, ela encomendou ao mesmo bispo doces e quitutes para celebrar o novo posto. O bispo decidiu fazer um doce que homenageasse seu feito para desmamar a princesa. Dessa forma, a maria mole coberta de chocolate foi chamada de teta de nega.

PÉ DE MOLEQUE

O nome Pé de Moça apareceu como uma variação do Pé de Moleque. Pelo fato de que o leite condensado é um ingrediente muito presente na confeitaria brasileira, é de se imaginar que o Pé de Moça tenha sido inventado por acaso, por alguém que decidiu testar esse ingrediente na receita do Pé de Moleque, que vai apenas caramelo de açúcar na receita e por isso fica durinho. Além dessa, outra opção é que alguém estava incomodado com o fato do Pé de Moleque ser muito duro e decidiu colocar algo a mais na receita para que ficasse mais fácil de comer.