Especialista dá dicas aos adultos para fazer a leitura virar rotina em casa, mesmo em tempos cada vez mais tecnológicos
Você sabia que 2 de abril é o Dia Internacional do Livro Infantil? Pois bem, a data foi criada para conscientizar as pessoas sobre a importância da leitura desde a mais tenra idade, tornando um hábito para toda a vida. Para isso acontecer, porém, é preciso que alguém organize a rotina da criança, seja em casa ou na escola, para que ela faça diferentes atividades durante o dia e tenha este momento da leitura.
E como tornar o hábito de ler tão interessante quanto a brincadeira? É importante que o livro ocupe o mesmo espaço que um brinquedo na casa, explica Elody Nunes, coordenadora de Língua Portuguesa do Colégio Rio Branco. “Os adultos podem montar um cantinho com os livros que seja de fácil acesso e na altura dos olhos das crianças”, sugere.
Mas não vale qualquer livro, não! Além de ter que corresponder à faixa etária, se faz necessário saber o tipo de leitura que chama a atenção da criança. “O importante é se aproximar dessa linguagem escrita e poder, junto dela, satisfazer aí algum desejo, encontrar prazer nisso”, explica Elody.
Ela ainda pontua ser interessante a criança ter uma biblioteca afetiva e realmente guardar em casa seus livros preferidos – ou, pelo menos, ficar com eles por um tempo por fazerem parte de sua história. Sobre a leitura em si, a coordenadora reforça que, antes mesmo da alfabetização, uma criança pode ler por outros meios.
“Ela pode ler as imagens e ir fazendo relações com o que está escrito e o que ela está ouvindo, construindo sentido pela expressão facial da pessoa, pela entonação da voz. Assim, ela poderá repetir de memória alguma história até o momento em que conseguir fazer a leitura de forma autônoma”, aconselha.
Outra dica para promover o hábito é a leitura compartilhada – além da escola, é possível também fazer com a família. Elody orienta que todo mundo leia o mesmo livro – não obrigatoriamente ao mesmo tempo – e depois se reúna para conversar sobre o que cada um entendeu, dar a sua opinião e tirar eventuais dúvidas.
Como as crianças imitam e se inspiram nas pessoas ao seu redor, é essencial que elas tenham bons exemplos em casa. Por isso, o adulto precisa ter paixão por histórias, não necessariamente por livros.
“As histórias, muitas vezes, estão dentro de um livro e, se eu começo a me envolver com aquela história, vou perceber que também gosto de ler. Resumindo: todo mundo gosta de ler, a gente só precisa achar a história que nos toca”.
Sabemos que, em uma era cada vez mais tecnológica, a competição entre um livro e uma tecnologia acaba sendo injusta. No entanto, para Elody, é possível que eles andem lado a lado. O livro digital, aliás, ainda terá mais recursos que o físico – como sonoplastia e imagens que se movem – e isto pode ser um grande atrativo para as crianças.
