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Clima Seco: você conhece os impactos do clima na sua saúde?

De acordo com a OMS umidade do ar inferior a 60% pode trazer prejuízos para a saúde respiratória

Imagem ilustrativa seca - FREEPIK
Imagem ilustrativa seca - FREEPIK

Olá a todos!

Aqui em São Paulo, de onde escrevo, estamos em um período de estiagem e um calor infrequente para nosso outono. Estas condições climáticas favorecem e muito doenças respiratórias. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), valores de umidade do ar inferiores a 60% podem trazer prejuízos para a saúde respiratória. E por aqui, os níveis têm batido 20% em alguns períodos do dia.

Além das vias respiratórias, outras áreas do corpo podem ser prejudicadas, como a pele, por exemplo.Por isso o tema de hoje abrange o clima seco e suas repercussões para nossa saúde!   

Quais são as épocas de tempo mais seco?

De modo geral, há muitas variações climáticas a depender de nossa localização. Fatores como latitude e longitude influenciam os biomas e, consequentemente, alteram o clima. Além disso, o próprio ambiente é um responsável pelas mudanças climáticas. Por exemplo, grandes centros urbanos são comumente mais secos do que cidades com mais áreas verdes. Isso pode, até mesmo, afetar a umidade intradomiciliar. 

No entanto, de modo geral, o clima seco é aquele que envolve as estações de outono e inverno, considerando a região mais ao Sul do nosso país. O ar tende a se mostrar mais desconfortável por conta da falta de chuvas, comuns em épocas como o verão. Com redução da umidade do ar, das chuvas e das temperaturas há a concentração de poluentes no ar, combinação que potencializa os sintomas que cito abaixo. 

Alguns dos impactos do clima seco no nosso corpo são: 

  1. Ressecamento da pele

A pele é o maior órgão do nosso corpo e sofre os efeitos da baixa umidade do ar. Bons exemplos disso são o surgimento de sintomas como ressecamento, o surgimento de “flocos” na pele, a descamação e, até mesmo, sensações que variam de coceira à queimação e dor. O tempo seco ainda é um possível gatilho para as crises de dermatite atópica. 

  1. Irritação nos olhos

Um problema associado ao clima seco é a irritação ocular que também pode se manifestar como olho seco. Neste caso ocorrem vermelhidão, dor, fotofobia e a sensação de que há algo dentro dos olhos. 

De modo geral, tanto a umidade do ar quanto outros fatores (incluindo a presença de poluentes) estão associados a irritações e incômodos oftálmicos. Ressalto que há necessidade de avaliar outros diagnósticos como reações alérgicas, conjuntivites e ceratites, que podem ou não estar associadas à questão da umidade do ar. 

  1. Aumento do risco para infeções respiratórias

É praticamente impossível falar sobre o tempo seco sem mencionar as doenças respiratórias. Épocas com baixa umidade associada a redução da temperatura aumentam a multiplicação dos vírus o que favorece as infecções.

O frio faz com que a proteção imunológica da região do nariz seja prejudicada, ressecando o muco e reduzindo o mecanismo de batimento ciliar. 

Doenças como gripes e resfriados, rinites alérgicas e não alérgicas, sinusites, laringites além de todas as doenças pulmonares (asma e bronquite) tem sua incidência aumentada. Sintomas como obstrução nasal, coceira no nariz e na garganta, tosse, coriza e falta de ar são sintomas frequentes nesta época. 

  1. Desidratação

Não posso deixar de mencionar a desidratação como um grande problema para épocas de clima seco. Isso acontece pela união de dois fatores: a redução da ingestão hídrica e a perda de água pelo corpo sob essas condições. 

No frio, há um gasto hídrico considerável durante a respiração. Há, também, uma alteração nos mecanismos que fazem com que as pessoas sintam sede. Nas baixas temperaturas e clima seco, os rins tendem a reter mais água, e a sensação, normalmente, não aparece.  

O que fazer para se proteger do clima seco? 

Vamos a algumas dicas: 

1-A primeira orientação é sempre beber água. Esteja frio ou quente o ideal é manter a ingesta hídrica.  

2-Umidificadores: seu uso pode ser uma boa ideia para fazer com que as mucosas nasais e de outras estruturas do sistema respiratório não fiquem extremamente ressecadas. Na impossibilidade do uso do aparelho a famosa toalha úmida na cabeceira da cama também ajuda. 

3-Lavagem nasal:  é recomendada pois ajuda na prevenção de doenças respiratórias e na hidratação da mucosa. Portanto, inclua esse hábito na sua rotina. 

Fiquem atentos e até a próxima. 

Dra. Maura Neves (@dra.mauraneves) é formada na Medicina pela Faculdade de Medicina da USP, com residência em Otorrinolaringologia pelo HC- FMUSP, fellow em Cirurgia Endoscópica pelo HC- FMUSP, doutorado pela Faculdade de Medicina da USP e médica assistente do Hospital Universitário da Universidade de São Paulo -SP. Aqui em Ana Maria, quinzenalmente, publica um conteúdo novo sobre a saúde do ouvido, nariz e garganta.