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Exclusivas / Entrevista

Em exclusiva, Isabella Santoni conta sobre seus projetos de sustentabilidade

Isabella Santoni é fundadora do projeto ‘Pegada do Bem’

Karla Precioso

por Karla Precioso

kprecioso@editoracaras.com.br

Publicado em 21/01/2023, às 08h00

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Isabella Santoni ficou conhecida após interpretar Karina em ‘Malhação Sonhos’ em 2014, na Globo - Instagram/@isabellasantoni
Isabella Santoni ficou conhecida após interpretar Karina em ‘Malhação Sonhos’ em 2014, na Globo - Instagram/@isabellasantoni

Com apenas 27 anos, Isabella Santonié uma das atrizes de maior notoriedade dos últimos tempos. Com 9,5 milhões de seguidores no Instagram, ela é vencedora dos prêmios Melhores do Ano e Troféu Imprensa como atriz revelação em Malhação Sonhos (2014), da Globo. Já deu vida a personagens centrais em novelas, como A Lei do Amor, também na Globo. No cinema, protagonizou Missão Cupido e brilha na série Dom, da Amazon Prime Video. 

Na vida real, sua ‘atuação’ também é digna de aplausos. Voz importante de uma geração que tem em seu DNA a discussão de temas relevantes para o coletivo, fundou o projeto Pegada do Bem, promovendo eventos que unem sustentabilidade, esporte e arte, e disseminando a importância da conscientização ambiental. 

Essa preocupação é um norte em sua vida, tanto que criou uma marca de moda praia voltada às causas sustentáveis e à representatividade. Em seu negócio, ela preza por modos de produção ecologicamente corretos, mostrando que é possível unir alta qualidade e durabilidade com reaproveitamento.

Mas engana-se quem pensa que o slow fashion (movimento que valoriza cada etapa do processo de produção de produtos mais duráveis confeccionados por meio de processos ecologicamente corretos) é sua única pauta relevante. A grife atende tamanhos do 32 ao 60, respeitando a pluralidade da mulher brasileira, além de romper barreiras e limitações e ampliar a diversidade e a representatividade: “É preciso desconstruir as narrativas da mentalidade patriarcal que limitam e subjugam todas nós”

Confira a entrevista completa:

Você já declarou que todas as suas amigas se tornaram mães e só faltava você. É um plano imediato?

Realmente estou com muitos sobrinhos por aí, mas, por enquanto, sou só a tia Bella mesmo [risos]. Não penso em ter filhos por agora, não... Estou em um momento profissional muito bom e a gravidez poderia adiar alguns planos.

Falando em engravidar, como você descobriu que tem endometriose?

Descobri em maio de 2020, por acaso. Estava fazendo uma live no perfil da NIA, minha marca de moda praia, com a doutora Sara Dutra, falando sobre questões do universo feminino. Ao saber das queixas de cólica que eu tinha, ela sugeriu que eu fizesse uma ressonância magnética da pelve, e foi assim que descobri... do nada! Isso mexeu muito comigo na época e ainda mexe, por não ter cura e o tratamento indicado ser uso contínuo de pílula. Mas estou aprendendo a lidar. A endometriose exigiu que eu parasse para escutar meu corpo e diminuísse um pouco o ritmo intenso de trabalho que eu vinha levando...

Você é fundadora do Pegada do Bem. Como e quando surgiu o projeto e qual é o seu propósito?

O projeto surgiu em 2018 e tem o propósito de nos fazer refletir sobre o nosso impacto na natureza. Por meio de limpezas de praia e educação ambiental, buscamos mobilizar nossos voluntários para que eles saiam transformados, com alternativas para fazerem algumas mudanças em seu dia a dia em busca de uma vida com escolhas mais sustentáveis.

Aliás, você é jovem e muito atuante nas causas sustentáveis. Tem noção da importância e o quanto influencia a disseminação da conscientização ambiental de formas fáceis e diversas?

Sim, e é por isso que uso minha voz para isso. Sou apaixonada pela vida e diminuir o impacto na natureza é, de alguma forma, proteger nosso futuro e o das próximas gerações.

Pautas voltadas ao coletivo são um norte em sua vida? Quando teve o start, a consciência de que ações voltadas ao meio ambiente são urgentes?

São um norte, com certeza. Sempre fui muito ligada à natureza, mas, em 2018, depois que comecei a surfar e frequentar a praia quase que todos os dias, o que percebia começou a me deixar muito triste. Eu não conseguia entrar no mar e saía da praia chorando, afinal, perceber a normalidade com que estávamos lidando com o fato de vivermos no meio do lixo me desesperou. Eu precisava fazer algo a respeito e fiz o que estava ao meu alcance naquele momento: chamar meus amigos e seguidores para refletir e agir sobre o assunto, e, depois, agir também presencialmente. Assim nasceu o Pegada do Bem. Quando comecei a pesquisar mais sobre o assunto, percebi o quanto é complexo, porém, mesmo assim, não podemos desanimar e deixar de fazer o que está ao nosso alcance.

Quando uma pessoa pública se torna porta-voz de assuntos como sustentabilidade, o alcance se torna mais efetivo? 

Com certeza, desde que de fato haja um comprometimento com a causa.

Evoluímos, melhoramos e nos tornamos mais atuantes ou ainda não há conscientização da população?

Estamos evoluindo, mas ainda há muito o que transformar. Precisamos lembrar que, infelizmente, em nosso País, existem pessoas que realmente não têm escolha, pois vivem em condições muito precárias. Mas, quem puder escolher, deve, sim, mudar seus hábitos e exigir, por meio do seu consumo, que as marcas tenham posicionamento e ações sustentáveis efetivas.

Você também tem o lado empreendedor e leva para os negócios a produção ecologicamente correta. É possível unir alta qualidade e durabilidade com reaproveitamento?

Sim, sou criadora da NIA. Na marca, fizemos várias escolhas para impactar menos o meio ambiente, como, por exemplo, não usar plástico em nossas embalagens. Elas são produzidas com um tecido feito de garrafa PET. Nossas tags são de papel, o lacre é de plástico já reciclado e reciclável. Escolhemos também por fornecedores de tecido que prezam por uma produção mais sustentável, com reúso de água.

Mas o slow fashion não é sua única pauta cara com relação ao negócio. Para você, quando idealizou a marca de moda praia era imprescindível que tivesse numeração do PP ao XG, vestindo desde o 32 ao tamanho 60. No mundo fashion, ainda falta respeito à pluralidade da mulher brasileira?

Acho que ainda falta muita representatividade, mas prefiro acreditar que estamos no meio de um processo de mudança. Fico muito feliz de ver diversas mulheres, fora do dito ‘padrão’, conquistando espaços antes inimagináveis. É necessário que essas mulheres sejam ouvidas e representadas para que todas nós sejamos acolhidas também. E aí vem uma mudança comportamental: para que tenhamos a mudança, precisamos ser e exigir que ela aconteça. Então, mulher, amiga, leitora, se queremos nos sentir menos pressionadas por esse sistema de estereótipo padrão, nos fazendo ser o País que mais faz cirurgias plásticas no mundo, precisamos reeducar nosso olhar para enxergar a beleza no que não fomos ensinadas a ver. O site da NIA chama www.niaecrua.com. br. Essa brincadeira é justamente para chamar a atenção para a beleza nua e crua de cada mulher. Fica a reflexão.

Para quem está começando a se engajar com a questão da preservação do meio ambiente, qual recado você dá?

Mude por você e pelo futuro. Acredite sempre que a sua mudança faz, sim, muita diferença. Como se costuma dizer, somos a soma das cinco pessoas com quem mais convivemos, então, se cada uma de nós conseguir impactar cinco pessoas do nosso convívio, já começou aí uma onda que pode transformar o mundo inteiro, concorda? Bora se mexer!

Você está na segunda temporada da série Dom, da Amazon Prime Video. Mais alguma novidade profissional a caminho?

Tem novidade, sim! Além do lançamento da segunda temporada de Dom, em breve, já começaremos a gravar a terceira temporada. Bem ansiosa... Aguardem!

ISABELLA LISTA 6 DICAS DE COMO SER MAIS SUSTENTÁVEL

1 - ”Antes de comprar, pesquise as práticas da empresa.” 

2 - Dê preferência ao produtor local. Use sacola reutilizável.”

3 - ”Tenha filtro de barro em casa e ande com uma garrafa térmica. Nada de comprar garrafa d’água de plástico.” 

4 - ”Faça compostagem com os resíduos orgânicos da sua casa.” 

5 - ”Pratique e incentive a vizinhança a fazer coleta seletiva.” 

6 - ”Diminua o consumo de energia e água. O bolso também agradece”.