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Em exclusiva, Marcos Mion abre o coração para falar sobre paternidade: ‘‘Ser pai é o meu maior legado’’

Em entrevista para a Revista AnaMaria, Marcos Mion contou detalhes do seu lado pai

Karla Precioso

por Karla Precioso

kprecioso@editoracaras.com.br

Publicado em 20/09/2022, às 13h54

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Marcos Mion é um cara engajado, consciente, divertido, perspicaz. Um apresentador e influenciador com pensamentos altruístas - Instagram/@marcosmion
Marcos Mion é um cara engajado, consciente, divertido, perspicaz. Um apresentador e influenciador com pensamentos altruístas - Instagram/@marcosmion

Conhecido por sua irreverência, talento e capacidade de comunicação, Marcos Mion é um dos maiores nomes do entretenimento da atualidade. É também um grande homem e pai. Um sonhador e lutador! Basta olhar para ele e enxergar a esperança... em seu olhar de garoto, seu espírito jovem, sua vontade. 

O apresentador é pura emoção. Não tem medo de chorar, menos ainda de gargalhar. Tem empatia, vê na família seu alicerce, seu porto seguro. Ao lado da esposa, Suzana, e dos filhos, Donatella, Stefano e Romeo, ele encontra paz e muita força – força essa que transformou em motivação e propósito: se tornar porta-voz das família com um autista diagnosticado: “Deus me deu o propósito do autismo na forma de um dos maiores amores da minha vida, meu filho Romeo. Entendi rapidamente que a dupla que formamos ia fazer a diferença para milhões, e passei a me dedicar a isso”. 

Ele é um cara engajado, consciente, inteligente, divertido, mas, acima de tudo, como dito antes, um paizão! “Sou daqueles que têm a urgência, a necessidade de estar presente na vida dos filhos, de acompanhar cada passo, saber o que estão pensando. E não existe amor mais forte do que o de pais e filhos”, fala com orgulho. 

Ah, Mion, orgulhosos estamos nós em trazer às páginas da AnaMaria alguém tão especial para falar com propriedade sobre o real significado da palavra paternidade.

Confira a entrevista completa:

Ser pai é sua experiência mais intensa?

É a experiência mais intensa, longa e que exige dedicação ininterrupta. Instintivamente, a única função que tenho e não quero parar nunca, nunca! Sou daqueles que têm a urgência, a necessidade de estar presente na vida dos filhos, de acompanhar cada passo, saber o que estão pensando, com quem estão andando, suas influências. Estou sempre pronto para qualquer conversa. Amo ser pai, mais que tudo.

E dá pra dizer também que é sua melhor função?

Sem dúvida, e olha que tenho muitas [risos]! Mas essas estão na TV, nas redes… Meu maior talento não chega direto ao grande público, que sou eu pai, em casa, no instinto paterno. Ser pai – e não vou usar nenhum adjetivo como bom, super ou dedicado, porque o que caracteriza esses adjetivos deveria ser obrigação para todos os pais – é o meu maior legado. Se Deus me desse o poder de influenciar, mas pedisse para eu escolher um único assunto, escolheria influenciar a paternidade presente, ativa, respeitosa e amorosa.

Como era o Marcos Mion antes e depois da paternidade?

Sempre quis ser pai. Sonhava em ter filhos cedo, para que eu pudesse ser próximo, presente e ter capacidade física para viver cada fase junto com eles. Ser pai é um plano de vida, uma escolha irreversível que vai moldar toda decisão que você fizer a partir dali. Me tornar pai com 24 anos foi a realização dessa vontade que pulsava no meu peito desde os 16. Na hora em que cortei o cordão umbilical do Romeo, deixei de ser moleque e me tornei homem.

Como é criar um filho em tempos com tanta violência?

Acredito em combater o mal com amor. A única salvação que temos contra a violência, o preconceito, o mal, a agressividade é sufocá-los com amor. E não existe amor maior e mais forte do que o de pais e filhos. Quanto mais pessoas amadas, criadas com os princípios certos, éticos e dignos, que têm sua base nos ensinamentos de Jesus Cristo, mais forte o amor fica, e cada geração vai ser melhor do que a outra, até o dia que vamos evoluir e passarmos a ser uma sociedade construída com a raiz do amor.

Educar menino e menina exige posturas diferenciadas?

São os mesmos princípios, respeitando as características de cada um. Há estudos que indicam que o cérebro masculino funciona diferente do feminino e que os hormônios presentes fisiologicamente causam reações diferentes. Claro que existem exceções, mas, genericamente falando, os instintos e a personalidade são diferentes e cada um vai reagir de forma diferente à regra. Mas, em casa, as regras são as mesmas para os dois. Regras em relação a namoro principalmente. Criança não namora nem de brincadeira, não é sexualizada e nem colocada em situações constrangedoras e desrespeitadas em hipótese alguma. Falar para um pai de menina que ele vai “pagar seus pecados” ou “está ferrado porque a filha é linda” vem de um lugar de um desrespeito tão grande, que já me fez cortar relação com algumas pessoas. O orgulho masculino de transformar o menino num pegador precisa ser banido. E isso começa no detalhe que parece ingênuo, mas não é, como a famosa ‘brincadeira’: “meu filho vai pegar sua filha”.

O que cada um de seus filhos têm do Marcos Mion e o que você tem de cada um deles?

Dizem que você se torna o lugar que mais passou tempo na vida. Minha família é o lugar onde mais passei tempo na vida, então, eles são representações minhas e eu deles. A convivência familiar intensa e presente gera uma união tão inquebrável que qualquer membro da família leva um tanto do outro dentro de si. Mas, se eu fosse dar uma característica para cada filho, diria que o Romeo herdou meu amor pela família, a capacidade de ver a beleza em algo simples e a paixão pelas artes. Donatella herdou minha determinação, resiliência, oratória, consciência e capacidade de sonhar alto. E Stefano herdou o respeito pelo próximo e meu talento artístico, se bem que ele já me superou nisso [risos].

A sua postura quanto ao Romeo está ajudando a mudar a forma com que as pessoas encaram o autismo. Missão cumprida?

Enquanto existir o preconceito, tiver uma criança sofrendo bullying, sendo desrespeitada, incompreendida, enquanto houver pais sofrendo horrores pela condição de seu filho, a missão não estará cumprida. Tenho extremo orgulho de tudo que estamos conseguindo e do quanto participo dessa mudança. Qualquer pai ou mãe que recebe o diagnóstico de autismo do filho quer ouvir que vai ficar tudo bem, e não existe forma mais eficiente do que ver uma família diversa feliz, apesar das dificuldades. 

Por isso, exponho minha relação com Romeo. É por um bem maior. Tudo que demoro horas explicando, escrevendo, Romeo demonstra com um gesto, uma frase e pronto, as pessoas entendem na hora! Mas eu não mudo a vida de ninguém, quem muda é o Romeo! Ele é a fonte, a sabedoria, a evolução. Eu sou só o mensageiro.

Você encabeça a luta por leis, como a Lei Romeo Mion, que criou a carteira de identificação dos autistas. É ainda a pessoa com maior visibilidade no Brasil a falar de autismo. A responsabilidade é grande? 

Missão eu tenho várias, como a arte, o entretenimento, os livros, mas propósito eu tenho um só: o autismo. Missão é o que você faz porque você ama, tem talento para aquilo, mas propósito é o que você faz porque os outros precisam que você faça. Deus me deu o propósito do autismo na forma de um dos maiores amores da minha vida, meu filho Romeo. Entendi rapidamente que a dupla que formamos ia fazer a diferença para milhões, e passei a me dedicar a isso.

Muitos dizem que não há mais ninguém que saiba fazer TV popular como você. Como se sente gerando tanta empatia?

Você não sabe o quanto fico feliz e orgulhoso lendo essa pergunta! Algumas análises me colocam como o elo entre o mundo da TV e da internet. Transito nos dois universos, mas fica evidente me vendo no palco o quanto sou cria da TV aberta. Então, me orgulho quando leio mensagens de pessoas dizendo que voltaram a assistir televisão por conta do Caldeirão. O objetivo do meu trabalho é levar diversão e alto-astral ao povo.

Você cresceu, amadureceu e se transformou em exemplo. Repito: missão cumprida?

Uau! Fico muito honrado e orgulhoso com essa pergunta também! Mas, não, a missão nunca está cumprida. Sou um defensor eterno da máxima: o melhor ainda está por vir. Eu vivo de realizar sonhos. E vivo meu maior sonho, mas ele não é o último. Está longe de ser.

PAIS MAIS PRESENTES NA VIDA DAS MENINAS

Na nova versão de ‘Pai de Menina’ (Ed. Planeta), Mion divide as decisões e os caminhos que o tornaram uma referência em paternidade. Ele propõe um movimento que incentiva o homem a ser sensível, não ter vergonha de demonstrar amor e se envolver com “as coisas de menina”, saber a sua importância na vida de sua filha e ser presente. A obra traz práticas corriqueiras para que os pais se aproximem de suas filhas e sugere pequenas atitudes que, segundo o autor, são a chave para o homem ser um bom pai. Para isso, ele usa exemplos reais do dia a dia com a filha, Donatella, a Doninha. Consciente da importância de sua relação com os três filhos, Marcos Mion tomou como missão despertar os homens para essa oportunidade imperdível: “É para ler ao lado de sua filha e construir uma relação para a vida toda”, diz.