Em entrevista exclusiva, atriz conta como se preparou para interpretar a personagem, que é dependente química
Debora Ozório está dando um show de atuação ao interpretar Petra, na novela 'Terra e Paixão'. A atriz tem abordado dois assuntos delicados de maneira profunda: a dependência química e a aversão a relações sexuais. Embora esteja longe do final, a artista entrega um spoiler do papel para os próximos capítulos: "Chama para viver de verdade".
Ao contrário do que muitos podem pensar, Petra não é a estreia de Debora na teledramaturgia. O papel mais recente dela na televisão foi como a Olívia de 'Além da Ilusão', exibida em 2022. Para a novela das 21h, a atriz precisou mudar o visual e se entregar ao máximo desde o teste.
"Eu me envolvi muito no texto, me preparei e me diverti fazendo. Foram dois dias gostosos de viver. O objetivo era aproveitar o máximo aquele dia de teste, com alegria de alguma maneira, e já estar vivenciando a Petra, por quem imediatamente me encantei pela história e já criava um corpo", conta em entrevista exclusiva para AnaMaria Digital.
Essa, inclusive, foi a primeira vez que Debora se transformou radicalmente para um papel: "Eu amo o momento de criação e preparação de um personagem. Ouso dizer que é uma das partes que mais gosto, de muitas descobertas. Eu me alimento de muitas fontes, filmes, séries, documentários, livros, trocas com pessoas daquela realidade. Junto tudo, me encho de informação para abrir espaço e me jogar conforme minha intuição também. Lido com o fato de ser delicado em forma de dedicação."
Petra também é diferente de tudo o que a atriz já interpretou: o sotaque, a agronomia, o vício e o relacionamento virtual são áreas novas para a jovem. "Tem um universo inteiro e que é novo para mim. Acho incrível a possibilidade de viver outras realidades e outros pontos de vista sobre a vida. Meu trabalho me proporciona isso e eu vou fundo com vontade", ressalta.
Na trama, Petra recebeu o apelido de 'Miss Tarja Preta' do próprio pai, o poderoso Antônio, interpretado por Tony Ramos. O nome acabou repercutindo na web, de modo que o público até mesmo faz piada com a dependência química da personagem. Mas, para Debora, "tudo é válido".
"O ser humano é muito ímpar. A gente alcança cada pessoa de uma forma. Recebo feedbacks de pessoas que trazem humor contando suas histórias, e outras que relatam de forma mais densa. Como novela é uma obra longa, a gente consegue contar em camadas diferentes para, assim, alcançar ao máximo daquela realidade que se faz única para cada um que vive", diz.
Além disso, ela garante que busca abordar o assunto da assexualidade "da forma como ele é". "Sério, sincero e real. Trazer o debate e o questionamento sobre se é 'frescura' ou não, já é avançar em desfazer o tabu."
Debora reconhece que Petra é "instável" e que o texto do autor Walcyr Carrasco "é cheio de surpresas e mistérios". Por isso, a atriz vê diversas possibilidades para o futuro da personagem na trama. "Mas torço pela volta por cima dela", afirma.
A atriz, entretanto, garante que vê Petra se esforçando para se desvencilhar das amarras do vício e também da pressão dos pais. Quanto a Luigi (Rainer Cadete), a jovem terá "novos olhares para esse relacionamento e este homem".
Isso porque a agrônoma tende a se encantar pelo engenheiro Hélio (Rafa Vitti), que entrará na novela em breve e irá abalar o casamento da jovem com o italiano. "Spoiler: uma grande chama para viver de verdade algo que seu coração sinta vontade", entrega a atriz.
