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José Loreto teve medo de fazer personagem que era de Marcos Palmeira em 'Pantanal'

No remake da novela, José Loreto será Tadeu, personagem que foi de Marcos Palmeira em 1990

Ana Mota, repórter da AnaMaria Digital Publicado em 22/03/2022, às 13h28

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José Loreto será filho de Marcos Palmeira em 'Pantanal' - Globo/João Miguel Júnior
José Loreto será filho de Marcos Palmeira em 'Pantanal' - Globo/João Miguel Júnior

José Loreto vai interpretar Tadeu em 'Pantanal', personagem que foi de Marcos Palmeira na primeira versão da novela, em 1990. Atuando pela primeira vez juntos, pois Palmeira será pai do personagem de Loreto, eles revelaram como foi a experiência de trabalho e contaram sobre a vivência nos bastidores da gravação, durante a coletiva de imprensa do folhetim, nesta terça-feira (22). 

"O Marquinho foi tão sensivel, tão generoso, que ele foi um capitãozão mesmo, desde antes da chegada no Pantanal, desde antes da preparação. Era muito lindo de ver o Marquinho voltando nesse personagem tão importante pra ele de 30 anos atrás, a chegada dele na mesma casa que ele gravou", disse Loreto. 

Ele afirmou que houve trocas e conselhos de Marcos para que ele interpretasse Tadeu. "Me dava dica o tempo inteiro sem saber. Na verdade, ele sabe porque é muito inteligente. Mas ele me apontava o caminho sem me dizer que tava me dando, sabe? [...] O Marquinho sempre vem com uma palavra de carinho e fala: 'tu arrebentou', ele dá aquela inflada no nosso ego necessária, então tá sempre me instigando", afirma. 

Além disso, o ator também não nega a responsabilidade de contracenar com Marcos, mas entrega que o veterano consegue deixar o ambiente mais leve para as gravações. "Até nisso ele é generoso. As vezes a gente tem oito cenas e ele deixa com uma leveza, parece que sabe que eu não quero ficar pensando que ele fazia esse Tadeu. Eu consigo ficar totalmente desassociado porque ele me dá uma leveza, me faz ter crise de risos. Eu tinha muito medo de contracenar com esse cara, que eu gosto tanto, mas me apaixonei, ele é nosso capitão, um paizão mesmo e é ótimo." 

PAPEL MARCANTE

Marcos Palmeira, por sua vez, afirma que nunca teve a intenção de influenciar José Loreto na construção do personagem para a segunda versão do folhetim. "Eu acho que é pra gente ficar livre mesmo, não trazer responsabilidade. O 'Pantanal' foi muito marcante 30 anos atrás, era uma outra época, outro momento, então a gente não precisa se colocar nessa responsabilidade, de realmente contar essa história da maneira mais livre possível e mais leve. É o que eu tenho feito", diz. 

No entanto, ele confessa que levou um tempo para se desapegar do personagem Tadeu e assumir José Leôncio. "Eu lembrava das cenas, então eu vejo as cenas do Zé [Loreto] e lembro como que eu fazia na época. Mas em nenhum momento eu tive o interesse de dizer pra ele como que era feito ou como que eu fazia, porque ele é um outro Tadeu. Tá lindo o trabalho, tá muito bonito ver todos nós renascendo dentro dessa história", ressalta. 

VIVÊNCIA PANTANEIRA

Antes mesmo da novela estrear, José Loreto tem mostrado nas redes sociais algumas de suas experiências no Pantanal e até mesmo chegou a publicar a lida com os vaqueiros da região. Para ele, essa vivência no universo pantaneiro foi essencial para a construção de seu personagem. 

"De todas as preparações que a gente faz, leituras e tal, pra mim o mais importante foi ter vivido esse univeso do peão [...] Antes de saber quando a gente ia começar a filmar, eu já fui pro Pantanal e fiquei lá duas semanas pra ter essa vivência", disse. 

Ele, inclusive, ligou para Marcos Palmeiras para saber a opinião do ator. "Sem tanta intimidade ainda, mas liguei pra ele. E ele já me deu apoio 'vai, moleque'. E foi fundamental trocar com esses peões porque era uma prosódia distante. Eu sou de Niterói, da cidade, tenho pouco dessa coisa rural que o Marquinho já tinha. [...] Então, foi a coisa mais linda, essa vivência com os peões pra mim foi definitiva", diz.  

Ele relembrou que, em uma experiência com os peões, um deles falou: "Nós não temos que ter medo do medo, o medo que tem que ter medo de nós." A frase marcou o ator. 

"São essas pérolas daquele cara simples, aquela poesia cortante que vão dando o ar, que vão dando as camadas e enchendo as nossas gavetas. Pra mim, o principal da preparação foi os peões e eu sou muito grato a eles. É uma vida que eu desconhecia e só vai entender vivendo como um peão, indo pra lida, fazendo um trabalho bruto, amoroso e de artesão [...] É lindo, eu me emociono", destaca Loreto.