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Menina impedida de jogar futebol recebe mensagens da seleção feminina

Emanuelle tem 10 anos e joga com meninos desde os 5, mas colégio a impediu de participar do torneio escolar

Da Redação Publicado em 06/07/2022, às 14h24

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Menina impedida de jogar futebol recebe mensagens da seleção feminina - Foto: Emilio Garcia / Unsplash
Menina impedida de jogar futebol recebe mensagens da seleção feminina - Foto: Emilio Garcia / Unsplash

Uma estudante de 10 anos apaixonada por futebol, que está sendo impedida de participar do torneio escolar, recebeu mensagens de apoio das jogadoras da seleção brasileira feminina, na última terça-feira (5).

Emanuelle Oliveira joga em times com meninos desde os 5 anos de idade, mas a escola não permitiu que participasse do torneio, já que não conseguiu compor um time feminino. A mãe da menina entrou na justiça para permitir que a filha pudesse jogar e se divertir com os colegas, e o caso chegou à seleção brasileira feminina, que encheu a menina de incentivo e apoio.

“Quero falar para você nunca, nunca, nunca desistir dos seus sonhos. Continue sendo essa menina aguerrida, batalhadora, que eu tenho certeza que vai chegar onde você sempre sonhou”, foi o recado da atacante Debinha, acompanhada pelas outras titulares.

A meio-campista Duda falou sobre lutar para conquistar direitos: “Temos que ser perseverantes. Assim como você, eu lutei, e hoje estou aqui na Seleção. Espero que você também possa lutar e um dia chegar onde eu estou”, disse ela.

Por fim, a atacante Cristiane Rozeira também mandou uma mensagem: “Desejo boa sorte para você e tenho certeza que você vai tirar os próximos desafios ‘de letra’. E seja uma menina muito forte, lute pelos seus sonhos, seus objetivos”, incentivou.

CASO NA JUSTIÇA

O Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) já decidiu sobre o caso de Emanuelle. A menina conseguiu o direito de competir no evento escolar que acontecerá no próximo sábado (09).

Antes de procurar a justiça, Daniele Alves de Oliveira Martins, mãe da criança, tentou várias vezes conversar com a escola sobre o caso da filha. "A escola chegou a dizer que tinha que perguntar aos meninos se concordariam sair do time para uma menina jogar", contou.

Daniele também organizou um pequeno protesto em que ela, a filha e outras mães ergueram cartazes com frases como “Mulher gosta de futebol sim! E joga muito bem, obrigada.”

O juíz responsável pelo caso declarou na decisão que o "simples fato de não ter uma equipe feminina" não poderia ser motivo para que a aluna não disputasse o campeonato. Caso a escola não cumpra a ordem, poderá pagar uma multa de até R$20 mil.

Procurada pelo portal do ‘G1’, o Colégio Santa Rita de Cássia, escola na capital mineira em que o caso ocorreu, afirmou em nota que "não tem ciência de qualquer determinação judicial sobre o assunto". 

"A competição do colégio é organizada, para os esportes de quadra, em equipes femininas e masculinas e as categorias de competição entram de acordo com o desenvolvimento de habilidades físicas e domínio dos fundamentos respectivos do esporte", explicou a Instituição.

Já Emanuelle disse que “está se sentindo muito poderosa” com as mensagens das atletas.

“Eu fico muito feliz, porque eu vou poder jogar com os meus amigos e vou me divertir muito. A gente consegue o que a gente quer, os nossos direitos. Eu estou me sentindo muito feliz e muito orgulhosa de mim mesma e da minha mãe”, contou a menina após a decisão do juíz.