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Mães se despedem de 2022 cansadas, mas com a sensação de dever cumprido

Sobrecarga materna parece ter chegado ao seu limite ao longo deste ano

*Priscila Correia, do Aventuras Maternas, colunista de AnaMaria Digital Publicado em 30/12/2022, às 08h00

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Com sensação de dever cumprido, mães se despedem de 2022. - Jordan Whitt/Unsplash
Com sensação de dever cumprido, mães se despedem de 2022. - Jordan Whitt/Unsplash

É fato: há um cansaço coletivo no ar, como se estivéssemos encerrando um ciclo de mais de 1000 dias em 2022. Não que a crise sanitária dos últimos três anos tenha chegado ao fim, pois isso nem vem ao caso depois de tanto tempo de aprendizados forçados. Mas estou falando sobre aquela carga extra sobre os ombros de mães e pais, que parece ter chegado ao seu limite ao longo deste ano

Muitas de nós entraram em 2020 com bebês na barriga ou no colo e saem de 2022 com crianças que andam, falam ou até escrevem o próprio nome. Outras de nós encerraram 2019 com crianças recém-alfabetizadas e cheias de descobertas pela frente e se deram conta que já têm filhos crescidos em casa.

Há ainda aquelas que viram as mudanças físicas em seus filhos dentro de casa, percebendo que ele e todos os colegas se tornaram adolescentes também, com barba no rosto e outras tantas mudanças hormonais. Teve ainda quem viu os filhos vivenciarem o Ensino Médio pelas telas e se tornarem universitários, como num piscar de olhos.

Além das nossas vivências com os filhos, este ano ainda representou a saída do  casulo, os recomeços, o autoconhecimento, a paciência, a resiliência. Precisamos nos reconstruir também como mulheres e profissionais; reaprender muitas questões; reavaliar sentimentos; entender, literalmente, como viver em sociedade novamente. Essa verdadeira maratona também gerou ‘sintomas’ em comum, como extremo cansaço, esquecimentos e dores físicas e emocionais, que foram elevados exponencialmente por muitos de nós. Não foi fácil. Não está sendo fácil, na verdade.

E agora, com o final do ano, nos encontramos como na infância, ansiosas pela chegada do Papai Noel, mas que não vai nos trazer bonecas ou outros brinquedos, mas colo, aconchego, acolhimento, esperança, paz.

Portanto, na coluna de hoje, abrimos o espaço para que outras mães, como eu e você, pudessem expressar como foi 2022 para elas e o que esperam para 2023. E você? Já fez uma reflexão do que deseja para o próximo ano?

Rachel Serodio de Menezes, mãe de Valentina, de 7 anos

Rachel e Valentina
Crédito: Arquivo Pessoal

“Em 2022, pude respirar aliviada por estarmos vacinadas e ela ter voltado integralmente para o chão da escola, reencontrado amigos e fazendo as atividades que tanto gostava. Acabei cortando as terapias que foram necessárias por conta da pandemia e matriculando ela em diversas atividades em que pudesse se relacionar, aprender, dançar, praticar esporte, ensaiar e até mesmo se apresentar. Valentina sofreu muito com as restrições pandêmicas e esse ano, embora cansativo, valeu a pena. Para 2023, meus desejos são pouco palpáveis, mas são legítimos. Com a esperança vencendo o medo, espero que as políticas públicas para mulheres mães e crianças se tornem de Estado e não de governo, que a saúde das mães se torne prioridade, e que a taxa de feminicídio e violência contra mulheres caia. Para minha filha, desejo saúde e que siga seu processo escolar e de atividades feliz”. 

Priscilla Silvestre, mãe de Rafael, de 6 anos 

Priscila Silvestre
Crédito: Arquivo Pessoal

“Como 2021 foi um ano bastante pesado para mim, tanto pela pandemia, quanto pelo falecimento da minha mãe, resolvi me dedicar muito mais ao meu lado maternal em 2022. E creio que tenha conseguido agregar mais valores, lembranças e ter dado ao meu filho a atenção que toda criança merece. E isso eu digo em questões de parar para ler um livro antes de ele dormir, por exemplo, atitudes que tantas vezes deixamos passar por conta de afazeres profissionais ou domésticos truncados. Para o ano que vem voltarei com o meu lado profissional mais ativo, porém, sem perder essa essência tão importante de “ser mãe”, já que ressignificamos muitas das nossas atitudes durante esses últimos tempos e uma delas é a de que devemos aproveitar o hoje sempre e, claro, principalmente ao lado dos nossos pequenos” - 

Renata Figueiredo, mãe de Maria Luiza, de 16 anos

“Esse ano foi muito ruim para a minha família, emocionalmente falando. Estresse absurdo por conta das eleições e pavor do futuro, principalmente pela Malu. Por outro lado, a família de peludos aumentou, o que trouxe, apesar da preocupação, muita alegria. Sobre 2023, confesso que sinto uma mistura de medo e esperança com o novo governo, depois de tudo que passamos. Mas ainda estou bem nervosa com o que teremos pela frente. Que o Universo nos ajude!” - 

Andréa Paz, mãe de Vitor e Rafael, de 15 e 19 anos

“Posso dizer que 2022 é um ano interminável (ainda não acabou), de energia caótica, com inúmeros acontecimentos simultâneos. Ano estranho, de extrema polarização política com uma tentativa de retorno à normalidade no pós pandemia, finalizando com uma Copa do Mundo meio natalina, na qual torcemos pela Argentina. Que loucura! Como manter mente sã e corpo são nesse caos? Sei lá, mas não tenho do que reclamar. Estou com aquela sensação de dever cumprido. Trabalho fluiu, filhos crescendo e vivendo com saúde, exercícios físicos em dia, relacionamento amoroso tranquilo, família está bem, cachorros saudáveis e felizes. O que posso querer mais? Só desejo que o próximo ano seja mais tranquilo, mais sereno e que o tempo passe mais devagar, para podermos aproveitar cada minuto das pequenas coisas da vida. Que venha 2023 com tudo o que tem direito."

Renata Dourado, mãe de Gabriel, de 10 anos

renata
Crédito: Arquivo Pessoal

"Esse ano foi muito desafiador. Afinal, quando falamos sobre ser mulher, mãe e profissional, temos sempre que fazer um malabarismo para conseguir dar conta de tudo e se sentir realizada.

Mas depois de 2020 e 2021, com o cenário que vivemos, acho que esse foi o ano da esperança de um novo começo, inclusive para rever valores e a forma como encaramos a vida.

Apesar de 2022 ter sido tão desafiador, foi também um ano de muita coisa boa , principalmente como mãe, pois pude acompanhar o crescimento pessoal do meu filho.

E essa é a minha maior realização. Gabriel tem Trissomia 21 e olhar o que ele está construindo como ser humano me dá uma alegria imensa e a certeza que estou trilhando o caminho certo.

Portanto, meu maior desejo para 2023 é que ele se desenvolva cada vez mais e que todos sejamos muito felizes."

Deise Jacinto, mãe de Bento, de 1 ano

“Este foi meu primeiro ano como mãe. Ainda estou tentando assimilar toda a transformação que vivi e aprendendo a administrar minha exaustão a cada dia. Acho que, como artista, empresária e mãe, meu desafio para 2023 vai ser descobrir como equilibrar tudo sem deixar a culpa me consumir e focar no realmente é importante. Se tem uma coisa que a maternidade me ensinou é que a gente gasta uma energia desnecessária em coisas que não importam tanto. O tempo é precioso pra todo mundo, pra uma mãe tentando equilibrar os pratos é ainda mais.

Uma coisa é fato: apesar de todo esse cansaço, estou acolhendo e amando essa nova mulher. Penso que a maternidade (e a paternidade também) pode ser uma excelente oportunidade pra exercitar o altruísmo. Como sociedade, ainda precisamos desse olhar mais generoso e menos egoísta que essa fase nos propõe. Desejo muito que no próximo ano a gente promova mais essa reflexão e encontre mais espaço em nossos ambientes corporativos, principalmente para a mãe com seu bebê pequeno. Não tem como ver a vida pulsando em nossa frente e não ser transformado por isso." 

Ana Paula de Lacerda Dantas, mãe de Maria Eduarda, de 14 anos

Ana Paula
Crédito: Arquivo Pessoal

"Esse ano foi bastante complicado. O trabalho e as aulas da minha filha voltando para o presencial, depois de dois anos de atividades quase exclusivamente online; a perda de alguns peludos que fazem parte das nossas vidas e são como filhos também; outras mudanças. Enfim, foram etapas bem difíceis, mas estamos indo em frente, certas de que tudo ficará bem. No mais, tenho a melhor filha do mundo e aprendo muito com ela a cada dia, especialmente com a calma que ela tem diante dos desafios que aparecem. Tenho a sensação que, se não fosse ela, eu teria enlouquecido nesse tempo. Em 2023, espero continuar aprendendo com ela e sei que estaremos sempre juntas. Profissionalmente, tenho alguns planos que, acredito, darão certo, especialmente com este novo cenário político."

Márcia Rodrigues Gonçalves, mãe de Bento, de 10 anos

“Este ano foi uma mistura de sentimentos e mudanças. Como pouco antes da pandemia me separei, esses últimos anos, especialmente 2022, têm sido de adaptações, tanto do meu lado mulher, quanto profissional e, principalmente, mãe. Meu filho, como bom canceriano, é extremamente sensível e essas mudanças às vezes se mostram mais presentes na vida dele. Tentamos levar com leveza, somos muito amigos e nos apoiamos, mas vê-lo as vezes triste me dói muito. Mas com o passar do tempo ele tem aprendido a conviver com os pais separados, mas sabendo que estamos unidos quando o assunto é ele.

A escola também foi um desafio, já que antes, até entrarmos na pandemia, as provas não tinham muito peso na rotina escolar, o que esse ano passou a ter. E foi difícil pra ele entender a importância dessas avaliações, especialmente depois de dois anos de aulas online. Mas também conseguimos superar e hoje ele está muito bem. Na parte profissional, comecei um novo projeto na empresa e só o futuro dirá, pois é tudo muito recente. Espero que o próximo ano seja mais gentil não apenas comigo e meu filho, mas com todos. Vem aí um novo governo; a pandemia, pelo que parece, deu uma trégua; e as esperanças se renovam.” 

Priscila Garrafoli, mãe de Lian e Flora, de 4 e 2 anos 

Priscila e as filhas
Crédito: Arquivo Pessoal

“Intenso! Depois de três anos sendo mãe em tempo integral, tivemos adaptação escolar, retomada da carreira, reajuste de rotina da casa e a mudança de cidade para melhorar a qualidade de vida. Hoje as crianças estão felizes, não choram para ir para escola, podemos sair e passear juntos com mais tranquilidade. Para  2023, espero ter um ano tão emocionante quanto esse. E que venha cheio de descobertas e novidades boas, com muita saúde, risadas e brincadeiras. Que a alegria reine na nossa casa e que possamos ficar sempre perto das pessoas que amamos, pois é isso que nos deixa feliz.” 

Midori Watanabe, mãe de Manuela, de 4 anos

Midori
Crédito: Arquivo Pessoal

“2022 foi um ano um pouco diferente pra mim. Trabalhando de forma híbrida, a escolha foi escola para minha filha em tempo integral. Durante a semana, poucas horas de convívio devido a trabalho, tarefas domésticas. Porém, nos finais de semana, me dediquei bastante a ela, com passeios em parque, clube, aniversários e algumas viagens. 2023 será um ano bastante atípico. Decidi parar com minha profissão e seguir um sonho antigo. Acredito que conseguirei ter um pouco mais de tempo com a pequena. Pra mim será um ano desafiador.” 

Cristiane Moreira, mãe de Lucas, de 10 anos

cristiane
Crédito: Arquivo Pessoal

“2022 foi um ano cheio de desafios profissionais e pessoais . Por alguns problemas de saúde, tive que diminuir meu ritmo acelerado de trabalho e de vida e isso me aproximou mais do meu filho, que tem TDAH e teve algumas dificuldades de relacionamento na escola. Isso fez também que eu percebesse que, desacelerando, consigo me cuidar mais desde a parte física até a espiritual. E através disso tenho praticado o autoconhecimento e sido mais feliz com pequenas coisas. Tenho muitas perspectivas para 2023. Lucas vai para uma escola nova, e, com mais tempo , consigo acompanhá-lo nos esportes que faz e nos estudos. Além disso, fiz mudanças positivas na minha vida profissional, saindo até da minha zona de conforto que me trarão bons frutos no próximo ano.”

Silvia Almeida, mãe de Pedro Henrique, de 7 anos

“O ano de 2022 me trouxe grandes desafios como mãe e profissional, principalmente depois de uma separação em 2019, dois anos de isolamento e incertezas com a pandemia e voltando ao presencial no segundo semestre. É verdade que 2022 iniciou com muita esperança por conta da vacina contra a Covid, mas não foi nada fácil. Ao longo do ano, nos deparamos com mais uma onda de medo com uma cepa menos grave, mas ainda preocupante, e os casos diminuíram momentaneamente, mas depois continuaram crescendo.

Na verdade, independentemente da situação do país e do mundo, nós, mães, nunca somos poupadas de nada, mas nos últimos anos, especialmente, não tivemos como pensar em nós, não pudemos ter medo, tivemos que manter a calma e continuar trabalhando, e, principalmente, dar conta de todas as demandas dos nossos pequenos.  E tudo isso sem surtar ou sermos consideradas loucas. Para 2023, espero um ano mais leve, com mais responsabilidade por parte dos políticos e que eu tenha saúde mental para seguir em frente.  Minha meta é me superar profissional e pessoalmente e continuar nesta árdua e gratificante tarefa de educar um filho."

Marcelle Falbo, mãe de Amélie, de 6 anos

mari
Crédito: Arquivo Pessoal

“Este foi um ano realmente desafiador. Muitas mudanças no trabalho, Covid ainda assombrando e a minha criança demandando mais tempo. Acho que nunca me senti tão sobrecarregada, estressada e cansada. A sensação é que sempre estava atrasada, que nunca estava sendo o suficiente não apenas como mãe, mas também como mulher e profissional. Espero que 2023 seja mais leve, que eu consiga administrar melhor o meu tempo com a minha filha e que leve a Covid embora."

Alicia Klein, mãe de Caetano, 3 anos

alicia
Crédito: Arquivo Pessoal

“Não foi um ano fácil. Para ninguém, né, minha gente? Passei 2022 construindo um novo espaço no trabalho, aceitando minha pluralidade como comentarista esportiva, palestrante, professora, consultora e, talvez, acima de tudo, mãe. Entendendo como conciliar meu senso de conquista nos tempos sem Caetano com nossos momentos agarradinhos. Estou começando a entender como existir sem ele; como curtir a independência que vem chegando para esse menino que deixou de ser bebê, que deixou de mamar, que começou a contar histórias e fazer um zilhão de perguntas; que não para um minuto, nem de pular nem de sorrir. Tá rolando. A pergunta que fica para 2023 é: dá para voltar a existir como mulher, dá para voar mais alto, sem perder nossa conexão, sem abrir mão do que quero pessoal e profissionalmente, nem do nosso tempo juntos, que ainda é o que mais me faz feliz?” – 

Mari Lima, mãe de Valentina, de 5 anos

mari
Crédito: Arquivo Pessoal

“Ser mãe em 2022 continuou sendo o maior desafio da minha vida, principalmente em relação ao tempo. Aprendi, na prática, que não tem nada de romântico em assumir todas as cargas de mãe e mulher guerreira. Está tudo bem pedir ajuda quando preciso. Ser mulher, gorda, mãe e criadora de conteúdo em 2022 exigiu muito do meu lado emocional e precisei me reinventar e desacelerar algumas vezes. Foi um ano de crescimento profissional, de novas oportunidades, mas sempre com aquela autocobrança: “posso ser mais presente” “posso fazer melhor”! E dei o meu melhor!

Tento sempre estar o mais preparada possível, mas a verdade é que não tem receita de bolo ou fórmula mágica para maternar. Cada vivência é muito única e mesmo sabendo que, às vezes, a gente passa dos nossos limites pra poder exercê-la com excelência ao nosso ver, sempre fica aquela vontade de querer fazer mais. Em 2023 a meta continuará a mesma: tempo de qualidade com a minha filha."

Sabrina Donatti, mãe de Maria Luísa, de 10 anos

Sabrina
Crédito: Karina Busatto/Arquivo Pessoal

 “2022 foi transformador. Terminei a minha pós e consegui me ver mais mulher e profissional do que mãe. A Maria Luísa, com 10 anos e mais independente, inclusive, tendo seus próprios compromissos com os amiguinhos, me mostrou que precisava cada vez mais me priorizar. E vi que a cada momento que eu me encontrei mais na carreira, mais feliz sendo mãe eu fui e menos culpas carreguei. 2023 quero intensificar o meu trabalho e conseguir dividir melhor o meu tempo profissional e pessoal para aproveitar essa idade tão boa que a minha filha está. Hoje em dia deixamos de ser apenas mãe e filha, mas grandes amigas e amamos ter um tempo só nosso.”  

Caroline Fakhouri, mãe de Sofia e Jorge, de 3 anos e 8 meses

caroline
Crédito: Arquivo Pessoal

“2022 foi um ano de transformações, especialmente porque minha filha, Sofia, iniciou sua vida escolar. Nunca imaginei que fosse algo tão marcante e intenso. Desde fevereiro, temos enfrentado um período turbulento, com virose atrás de virose, tendo que conciliar visitas ao médico e exames com as atividades e demandas escolares. Mas concluímos com sucesso! Em abril, dei à luz ao Jorge, um bebê alegre e cheio de saúde, presente de Deus para abrilhantar ainda mais nossa família!

Hoje, meu sentimento é de gratidão. Pela Sofia e pelo Jorge, mas também pelo avanço da vacinação da Covid, pelas vidas que estão sendo salvas. E pela vacina ter chegado às nossas crianças. Em 2023, quero buscar aprimoramento profissional e uma rotina com mais atividade física. Não tenho grandes planos ou ambições, meu maior desejo é que minha família continue tendo saúde e que não nos falte trabalho. No fim, são as pequenas conquistas diárias que vão dar conta de grandes realizações futuras.”