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Veja 6 mitos e curiosidades sobre a amamentação

Pode dar de mamar deitada? Criança que mama no peito fala melhor? Especialista tira dúvidas

*Dra. Maura Neves, colunista de AnaMaria Digital Publicado em 08/08/2023, às 09h00

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Veja 6 mitos e curiosidades sobre a amamentação. - Luiza Braun/Unsplash
Veja 6 mitos e curiosidades sobre a amamentação. - Luiza Braun/Unsplash

Olá! Esta semana falo um pouco sobre o Agosto Dourado, mês que relembra a importância do aleitamento materno para o bebê. O tema deste ano é: "Facilitando o Aleitamento Materno: Fazendo a diferença para os pais que trabalham”. Assim, escolhi ressaltar condições médicas importantes sobre o assunto. Já começo lembrando que o aleitamento materno traz inúmeros benefícios para a criança, devendo ser estimulado sempre que possível.

Ela permite a transferência de anticorpos da mãe para o bebê, fortalecendo a imunidade, protegendo contra aparecimento de doenças alérgicas e outros problemas crônicos ao longo da vida. Tanto que a Organização Mundial da Saúde (OMS) preconiza aleitamento materno exclusivo por, pelo menos, seis meses e, se possível, mantê-lo até os dois anos de vida.

Contudo, sempre existem dúvidas sobre como facilitar que isso ocorra, especialmente quando a mamãe precisa retornar ao trabalho. Com isso, escolhi algumas dúvidas frequentes que surgem sobre o tema. Vamos lá?

Pode dar de mamar deitada?

Sim! Uma das preocupações é que, nesta posição, o leite reflua para os ouvidos, o que aumenta o risco de otites. No entanto, os músculos e força de sucção da mamada no peito estimulam o fechamento da tuba auditiva (canal que comunica o nariz com o ouvido), protegendo contra infecções. Ao amamentar deitada, na posição de lado, barriga da mãe com a barriga do bebê, a mamãe pode descansar enquanto se conecta com o filho. Isso, porém, se aplica apenas para a amamentação no peito. No caso do uso de mamadeiras na posição deitada existe, sim, aumento da chance de otites. Então, fique atenta a posição das mamadas.

Pega correta faz diferença!

Quando o bebê pega corretamente o peito, a mamada flui de maneira confortável e sem dor para a mãe. A posição neste caso é importante! Então, o bebê deve ter o lábio superior copiado na mama, labiovelares inferior discretamente virado para fora, queixo ancorado na mama, testa levemente inclinada para trás e nariz livre. Com isto a mamada é efetiva e o bebê ganha peso e cresce!

Nariz livre!

Neste ponto, quero ressaltar que qualquer obstrução nasal causa grande dificuldade nas mamadas. O que faz sentido, não é mesmo? Infelizmente, os bebês apresentam várias causas de nariz entupido. Dentre as mais frequentes temos a rinite do lactente (específica dos bebês), todos os quadros de gripes e resfriados que eles adquirem e outras causas mais raras, que devem ser investigadas pelo médico otorrinolaringologista. Isso inclui presença de respiração ruidosa, pausas repetidas durante as mamadas e atraso de ganho de peso. Assim, nariz entupido atrapalha a mamada e, se persistente, deve ser investigado e tratado.

Freio lingual curto atrapalha a mamada?

Não necessariamente. Isso porque não existe um consenso na literatura médica de que o freio lingual curto (ou língua presa) atrapalhe a boa pega nas mamadas. O freio curto atrapalha a mobilidade de língua e pode afetar da eficiência das mamadas ao desenvolvimento articular da fala. A sugestão, quando o bebê apresentar um freio curto, é avaliar a eficiência da mamada, dor da mãe na pega e ganho de peso. Em alguns casos, a frenotomia (soltar o freio curto) pode ser necessária e benéfica. Mas nem sempre freio curto gera repercussões. Então, muita calma nestas avaliações.

Criança que mama no peito fala melhor?

Neste ponto, novamente, não temos evidência comprovando que mamar no peito ou em mamadeiras gerem diferenças no desenvolvimento da linguagem das crianças.

Amamentação previne doenças respiratórias?

Podemos dizer que sim! Todos sabemos que o aleitamento materno é fator determinante para a passagem de anticorpos da mãe para o bebê. E as defesas contra doenças infecciosas respiratórias estão entre elas, de resfriados a otites. Podemos ainda incluir as doenças respiratórias alérgicas, como rinite e asma. No caso da asma, existem evidências mais fortes de que essa proteção ocorra. Já para a rinite as evidências são mais fracas, mas também existem. O importante é que esta proteção pode durar até os 18 anos!

Para finalizar, espero que as mamães leitoras entendam cada vez mais os benéficos da amamentação e consigam estratégias para mantê-la.

*DRA. MAURA NEVES é formada na Medicina pela Faculdade de Medicina da USP. Residência em Otorrinolaringologia pelo HC- FMUSP. Fellow em Cirurgia Endoscópica pelo HC- FMUSP. Doutorado pela Faculdade de Medicina da USP. Médica Assistente do Hospital Universitário da Universidade de São Paulo -SP. Aqui na Revista AnaMaria, trará quinzenalmente um conteúdo novo sobre a saúde do ouvido, nariz e garganta. Instagram: @dra.mauraneves.