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Aumento de casos de meningite: entenda mais sobre a doença

Especialistas explicam os sintomas, tratamentos e diferenças entre os tipos

Da redação Publicado em 25/07/2023, às 08h00

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Um dos sintomas da doença é a dor de cabeça intensa - Unsplash
Um dos sintomas da doença é a dor de cabeça intensa - Unsplash

Entre janeiro e junho deste ano, a Secretaria de Saúde de São Paulo registrou mais de 2,3 mil casos de meningite no estado. Na comparação com o mesmo período de 2022, quando foram confirmadas 1.869 pessoas acometidas pela doença, o aumento foi de 23%. Dentre as cidades, além da capital, está Campinas, São Bernardo do Campo, Santo André e Guarulhos.

Nestes primeiros seis meses de 2023 foram registradas 155 mortes em decorrência da doença, cujas maiores incidências estão nos municípios de São Paulo, Guarujá, Guarulhos, Osasco, Ribeirão Preto e Santo André. O índice de óbitos é 32,60% inferior ao do mesmo período de 2022, quanto foram registras 230 mortes.

Embora a maior parte dos casos estejam concentradas no estado de São Paulo, o cenário merece atenção. Por isso, confira perguntas e respostas para entender mais sobre a meningite.

1. O QUE É MENINGITE?

“A meningite é uma inflamação das meninges, que são estruturas que protegem e recobrem o cérebro, a medula espinhal e outras partes do sistema nervoso central”, descreve o neurologista Felipe da Graça, do Hospital Vera Cruz.

2. EXISTEM QUANTOS TIPOS DE MENINGITE?

A infectologista Vera Rufeisen, também do Hospital Vera Cruz, explica que “os dois tipos principais são os virais e os bacterianos, mas também existem aqueles transmitidos por protozoários, fungos, microbactérias, medicamentos, doenças autoimunes, dentre outros”. A letalidade, porém, está ligada às bacterianas.

3. QUAIS AS PRINCIPAIS DIFERENÇAS?

De acordo com a Vera, as meningites virais habitualmente apresentam quadros mais leves, autolimitados, e que não necessitam terapêutica específica, exceto as causadas pelo vírus da herpes, que demandam tratamento diferenciado.

Já as bacterianas meningocócicas (tipo B e C) e pneumocócicas, causadas pelo Haemophylus influenzae, geram quadros mais graves, que requerem imediato diagnóstico e terapia antimicrobia apropriada.

Por vezes, pode ser fatal ou deixar sequelas, tais como perda da audição e visão, problemas com memória, concentração, coordenação motora, equilíbrio, aprendizado e fala, epilepsia e paralisia cerebral.

4. QUAL É A MAIS FREQUENTE?

“O tipo de maior incidência, neste momento epidemiológico, é o Meningococo tipo C, transmitido por contato próximo direto entre as pessoas, a menos de um metro de distância”, alerta Vera.

5. QUAIS OS PRINCIPAIS SINTOMAS?

“Dor de cabeça intensa, febre, vômito e rigidez de nuca. Podemos ter, ainda, em casos mais graves, sonolência, confusão mental ou convulsões. Manchas vermelhas na pele também são frequentes”, lista.

“A febre alta e a dor de cabeça já são motivos suficientes para que a pessoa procure atendimento médico, pois o diagnóstico precoce pode evitar complicações e morte pela doença. Pais, mães e responsáveis por bebês precisam ficar atentos a irritação, falta de apetite e de resposta a estímulos, a moleira protuberante e reflexos anormais”, completa.

6. COMO OCORRE A TRANSMISSÃO?

“As virais e bacterianas ocorrem por via aérea, de pessoa para pessoa, por meio de gotículas, secreções do nariz e da garganta. Ou seja, pelo ar. Também pode ocorrer por meio de objetos/alimentos contaminados com patógenos (vírus, bactérias ou parasitas)”, explica o neurologista.

7. COMO É FEITO O DIAGNÓSTICO?

“Inclui avaliação médica, coleta do líquor (líquido que envolve o cérebro e a medula) e pode ser necessário exames de imagem como tomografia”, detalha Felipe.

8. COMO TRATAR?

De acordo com o neurologista, o tratamento varia de acordo com o tipo de meningite, desde medicações usadas apenas para sintomas e hidratação até necessidade de antivirais e antibióticos.

9. QUAL O TEMPO DO TRATAMENTO?

Não há um tempo determinado. No entanto, o tempo costuma variar entre 7 e 14 dias.

10. DÁ PARA PREVENIR?

“A prevenção inclui isolamento de casos suspeitos, etiqueta respiratória e vacinas”, orienta Vera.