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Entenda a verdadeira função do implante hormonal que trata distúrbios ginecológicos

Especialistas explicam que o método não deve ser vendido como ‘chip da beleza’ para fins estéticos e sim para distúrbios ginecológicos

Karla Precioso Publicado em 31/08/2022, às 12h28

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A terapia com implante hormonal é um método indicado para tratamento de distúrbios ginecológicos - Pixabay/orzalaga
A terapia com implante hormonal é um método indicado para tratamento de distúrbios ginecológicos - Pixabay/orzalaga

A terapia com implante hormonal é um método indicado para tratamento de distúrbios ginecológicos, como endometriose, adenomiose, TPM intensa e outras patologias. “Trata-se de um dispositivo implantável embaixo da pele, que libera hormônios de maneira progressiva por um período de até um ano”, como explica Elsimar Coutinho, médico que criou o primeiro anticoncepcional injetável de uso prolongado no Brasil e se dedicou às pesquisas no setor. 

O ginecologista Luiz Calmon, diretor médico da Clínica Elsimar Coutinho, reforça que o mesmo jamais deve ser utilizado pensando em qualquer benefício estético, uma vez que, conforme mencionado anteriormente, sua função é tratar problemas ginecológicos: “Quando o tratamento é feito de forma correta, os principais benefícios são aumento da disposição, melhora da libido, alívio de cólicas menstruais e sangramentos intensos. No entanto, nem todas as mulheres devem e podem usar implantes hormonais, pois o uso inadequado, a falta de especialização, procedência do produto e dos profissionais podem causar efeito totalmente oposto ao desejado”, explica.

COMO FUNCIONA

O tratamento com implante hormonal é realizado por meio da implantação subcutânea de um segmento de tubos de silicone semipermeáveis. Esses tubos medem de 4 a 5 cm e comportam cerca de 40 a 50 mg de uma substância hormonal pura, que pode ser estradiol, testosterona, bioidêntica ou progestínico. Após a implantação, o hormônio é liberado gradativamente na corrente sanguínea, de maneira segura e com dosagem personalizada, por um período de seis meses a um ano. Em suma, o método bloqueia a ovulação, fazendo com que a mulher não menstrue ou tenha TPM. Entre os principais motivos que fazem com que ele seja cada vez mais procurado estão eficácia, praticidade, segurança, conforto e bem-estar.

AVALIAÇÃO CLÍNICA

Luiz Calmon explica que a mulher que tem interesse em utilizar o método deve passar por uma avaliação clínica e laboratorial minuciosa. “Saber a procedência do implante, o que contém em cada um deles e ser acompanhada constantemente pelo médico que prescreveu o método é fundamental para o sucesso e segurança do tratamento”.

INDICAÇÕES

O produto tem indicações terapêuticas bem definidas e é usado há décadas no tratamento de desequilíbrios hormonais, como a endometriose, para amenizar os sintomas da menopausa e pós-menopausa e como anticoncepcional. Isso só é possível porque no interior do bastonete são colocados hormônios sintéticos de diversos tipos, de acordo com a necessidade, permitindo que a testosterona, o principal hormônio do gênero masculino, fique em evidencia no corpo. 

Devido a essa propriedade, algumas mulheres têm buscado os efeitos adversos do implante. Ou seja, além de fazer desaparecer incômodos, como cólicas, dores de cabeça e inchaço, o implante pode, em alguns casos, tonificar a musculatura, diminuir as celulites e melhorar a libido – daí o apelido de ‘chip da beleza’. 

Porém, é fundamental enfatizar novamente: “O implante hormonal não deve ser usado para melhorar o desempenho físico e estético”, diz Walter Pace, ginecologista, professor da faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais. Ele sentencia que o produto não é o vilão da história, mas sim a maneira errada de utilizá- lo. “É preciso separar o joio do trigo, se usar corretamente não vai fazer mal”. 

O dispositivo é seguro, mas, se usado de forma inadequada, pode causar vários efeitos colaterais, como queda de cabelo, acne excessiva, aumento da oleosidade da pele e engrossamento da voz. Por mais tentadora que possa ser a possibilidade de se alcançar o padrão de beleza dos sonhos, o tratamento exige muito cuidado.

HÁ CONTROVÉRSIAS

Cesar Boguszewski, da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), alerta: “O sexo feminino tem um metabolismo diferente e o processo da menopausa age como protetor contra algumas doenças. Com o implante, o organismo muda para um perfil androgênico [mais masculino] e, aí, essas mulheres começam a ter risco de colesterol aumentado, doenças cardiovasculares, entre outros problemas”. Por isso, é primordial a realização de exames laboratoriais e avaliação clínica minuciosa, além da escolha de um implante de qualidade e de um laboratório confiável, como atesta Fabiane Berta, ginecologista e especialista em modulação hormonal.