Gás cianeto foi substância responsável pelas mortes da tragédia na Boate Kiss, que completou dez anos
Mariana Krunfli Publicado em 30/01/2023, às 19h22
A tragédia na Boate Kiss, que completou dez anos, tirou a vida de 242 jovens e deixou mais de 600 feridos. A série da Netflix 'Todo Dia a Mesma Noite' mostra como a catástrofe em Santa Maria, no Rio Grande do Sul, aconteceu por conta de um incêndio, que liberou um gás com efeito letal. A substância, responsável pelas mortes, é conhecida como cianeto.
Na madrugada do dia 27 de janeiro de 2013, a banda Gurizada Fandangueira estava se apresentando na Boate Kiss para mais de 1000 jovens. Durante o show, o vocalista acendeu um sinalizador dentro da boate, que estava acima da capacidade de lotação. O artifício, que era para áreas externas, soltou chamas que encostaram no teto do estabelecimento, coberto por um forro de espuma ilegal e altamente inflamável.
A boate, que já contava com inúmeras irregularidades, estava acima da capacidade de lotação na noite, tinha as janelas lacradas e não contava com saída de emergência. A única escapatória dos jovens presentes era apenas uma porta.
Em poucos segundos, o fogo consumiu todo o forro e, consequentemente, a combustão entre os dois materiais liberou um gás altamente tóxico: o cianeto. Utilizada como veneno, tortura e arma química, a substância esteve presente em câmaras de gás nos campo de concentração durante a Segunda Guerra Mundial.
Na série da Netflix, os momentos da tragédia são detalhados, mostrando que, em poucos segundos a partir da queima, o gás tomou conta da boate. Entre o desespero para poder sair enquanto os seguranças exigiam a comanda dos jovens e a confusão para encontrar a saída no escuro, muitos dos presentes inalaram o cianeto. Alguns ficaram presos no local e só saíram da boate sem vida, enquanto outros conseguiram escapar, mas, por terem respirado a fumaça, também faleceram momentos depois.
O médico responsável por atender as vítimas na série 'Todo Dia a Mesma Noite', interpretado por Pablo Sanábio, comenta que os jovens que chegaram aos hospitais após escaparem da tragédia não tinham chance, pois nunca sobreviveriam ao contato com a toxina. Segundo o personagem, ela continua agindo no corpo após o contato e, em questão de minutos, pode tirar uma vida. Neste caso, muitas.
