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Grazi Massafera revela que quase recusou ser protagonista de 'Bom Sucesso'

Grazi Massafera quase recusou papel em 'Bom Sucesso' para ficar com a filha

André Romano Publicado em 25/01/2020, às 08h00

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A atriz se despediu de 'Bom Sucesso', em que interpretou Paloma - Globo/João Miguel Júnior
A atriz se despediu de 'Bom Sucesso', em que interpretou Paloma - Globo/João Miguel Júnior

Grazi Massafera quase se recusou a viver Paloma, a protagonista de ‘Bom Sucesso’. O motivo? A atriz queria passar mais tempo com a filha, Sofia, de 7 anos. 

No entanto, decidiu encarar a missão e, hoje, comemora o êxito da personagem e da novela, que chegou ao fim no último dia 24 de janeiro como a trama de maior audiência no horário das 7 desde Cheias de Charme (2012). 

Na reta final das gravações, a estrela recebeu AnaMaria durante uma abertura para jornalistas. 

No encontro, ela refletiu sobre a capacidade dos folhetins em estimular o diálogo dentro da família, afirma que se reconectou com a própria essência ao viver Paloma e revelou qual será a próxima empreitada: férias! 

BOM SUCESSO CHEGA AO FIM COMO UM GRANDE ÊXITO. VOCÊ JÁ ESTÁ COM SAUDADE?
Já! Engraçado, até me recusei a ler os últimos capítulos antes de gravar. Falei que não estava dando tempo, mas era mentira. Eu sei que tudo acaba, tem um fim, mas foi um trabalho muito bom. 

ACHA QUE APRENDEU MUITO COM ESSA NOVELA? 
Acho que trabalhei por três, mas posso dizer que é uma das melhores coisas que já fiz. Todo mundo me pergunta sobre Verdades Secretas [trama de Walcyr Carrasco exibida pela Globo em 2015], mas Bom Sucesso foi mais difícil. Para fazer a Larissa, tive mais tempo para estudar e menos dias de gravações. Então, eu ia mais segura para o estúdio. 

E EM BOM SUCESSO?
Já foi mais corrido. E por mais que a Paloma seja uma mulher simples, do cotidiano, fazer o simples também é difícil. Os bastidores são muito legais, de muito aprendizado, de muita troca, foi muito prazeroso. Nunca havia trabalhado com crianças tão talentosas e que querem estar ali. Não são os pais querendo colocá-las naquele lugar. Ter essas crianças tão disponíveis faz uma diferença imensa. 

VOCÊ FEZ UMA MÃEZONA NA TRAMA. A SUA EXPERIÊNCIA COMO MÃE DA SOFIA, DE 7 ANOS, AJUDOU? 
Nunca fui mãe de adolescente, mas me inspirei muito na minha mãe, minhas amigas e pessoas que encontrei na rua... Gente, essa personagem está em todo canto do Brasil. Tem Paloma por todos os lados. Foi muita sorte e muito especial eu estar preparada no momento que ela veio para mim. Quase que não peguei a Paloma por querer ficar mais com a Sofia.

ELA ASSISTE À NOVELA? 
Foi o meu primeiro papel que a deixei ver com mais frequência, um trabalho que ela acompanhou de verdade. A Sofia é apaixonada pela novela, assim como os amiguinhos dela. Ela tinha prazer em assistir e falava: “Mãe, vai trabalhar, fica tranquila”. E foi um ano muito especial. O Cauã [Reymond] ajudou demais e ela teve muita maturidade. Nos momentos que eu estava em casa, ficava junto com ela, que se alfabetizou lindamente, num momento que eu estava falando sobre literatura na TV junto com um grupo que ama fazer isso, como o Antonio Fagundes. A gente conseguir atingir o público que não lê, então, foi muito especial. Foi emblemático passar por esse momento da novela com minha filha se alfabetizando, falar sobre leitura, e me inspirar para ler mais.

O QUE FARÁ APÓS A NOVELA? 
Férias! Vou grudar na minha pequena! Já estou organizando pacotes de férias para aproveitar o máximo que eu puder, ficar um pouco quietinha e me alimentar de coisas novas. Viajar é tão gostoso por vários motivos. É tão bom viajar quando a gente tem condição para isso. Eu não sabia, achava que tinha que só trabalhar, trabalhar, trabalhar, aí chegou um momento que vi o quanto é especial se dedicar e investir nisso.

SAIU DO AR COM A SENSAÇÃO DE DEVER CUMPRIDO? 
Sim! Eu saio com a sensação de dever cumprido e feliz demais com o resultado. Acho que todo mundo aproveitou e fez lindamente seus personagens, e por isso a novela se tornou tão especial, além de ter um texto brilhante e conteúdos estimulantes. É gostoso trabalhar na coletividade, no carinho e no amor. Esse trabalho foi no amor e eu rendo muito mais assim.

VOCÊ JÁ DECLAROU EM OUTRAS ENTREVISTAS QUE SE INSPIROU EM SUA MÃE, QUE É COSTUREIRA, PARA COMPOR A PALOMA. AGORA QUE A NOVELA ACABOU, COMO ELA SE SENTE? 
Orgulhosa!

O QUE A PALOMA ENSINOU A VOCÊ? 
Ela me fez entrar em contato novamente com minha essência, que é a simplicidade das relações e das coisas. Acho que voltei a essa minha essência. Acho que ela me reconectou. 

COMO FOI FALAR SOBRE A MORTE? 
Falar sobre morte é falar sobre vida. Li um livro chamado ‘A Morte É um Dia Que Vale a Pena Viver’. Sei que já falei disso em outras entrevistas, mas essa obra ressignificou muitas coisas que eu pensava em relação à morte. Quando estava para começar uma novela, eu dizia: “Ficarei sem vida até tal mês”. Mas isso não é ficar sem vida. É viver o melhor que você puder nesse curto espaço de tempo. Então, acho que foi isso que fiz agora. Quando começava com mimimi, eu mesma lembrava de alguns pontos do livro e pensava “caramba, rebobina”. Estou tentando, por toda a vida, me conectar com o que é importante.

EMBORA VOCÊ AINDA NÃO SEJA MÃE DE ADOLESCENTE, ACHA QUE SER MÃE DA SOFIA A AJUDOU A LEVAR ALGO PARA A PERSONAGEM? 
Claro! Porque a Paloma era mãe do pequeno Peter (João Bravo) e minha filha tem 7 anos, mas parece que tem 10. Ela é muito madura. A gente conversa desde que ela era muito pequena. Sempre falei para a Sofia sobre onde vou, quando volto... E fiz isso por dica de uma amiga, pois essa atitude deixa a criança segura. Funcionou muito e eu tentava botar um pouco disso nas crianças da novela.

EM 'VERDADES SECRETAS', VOCÊ CONSEGUIU MOSTRAR O QUANTO ESTUDOU E AS PESSOAS RECONHECERAM O SEU TALENTO. JÁ EM 'BOM SUCESSO', O POVÃO MESMO TEVE A OPORTUNIDADE DE VER QUE VOCÊ NÃO ESTÁ BRINCANDO EM JOGO... 
Eu aprendi aos olhos do público. Em qualquer outra profissão se aprende de outra forma, como ir à faculdade e, aos poucos, conquistar espaço. Eu, no entanto, fui jogada aos leões. Falaram “vai’ e respondi “tá bom, vou fazer”. Com o tempo, vim atingindo maturidade e me apaixonando. Fiz o caminho inverso: eu não era atriz, não ligava para ser atriz, queria dinheiro, queria sustentar minha filha, minha família, e hoje sou apaixonada.

COMO ERA O DIÁLOGO NA SUA CASA QUANDO ERA MAIS NOVA? 
Na minha casa não existia o diálogo sobre muitos assuntos. Meu pai era pedreiro e minha mãe costureira. Eles não eram de diálogos, eram um pouco ignorantes no sentido de falar e demonstrar. Faltava vocabulário e a novela servia de diálogo, até mesmo silenciosos. De repente, sentava todo mundo para assistir à novela, surgia um tema, a gente passava a se comunicar sobre aquilo. Às vezes, a gente só se olhava, o que já era um tipo de diálogo.

E HOJE, COMO É O SEU DIÁLOGO COM A SOFIA? 
Em geral, as famílias se sentam à mesa na hora do jantar e conversam sobre o dia. Hoje, faço isso com minha filha. Antes, porém, usava a novela como forma de diálogo. É ótimo saber que, atualmente, posso servir de diálogo para as pessoas dentro de uma casa, entrar um pouquinho no sentimento delas... Isso é precioso nessa profissão. Por isso cada vez mais tenho mais responsabilidade pelo tipo de interpretação que quero fazer. Às vezes, uma cena parece dura no texto e tento colocar humanidade. E aí trabalho com uma pessoa como a Fabíola Nascimento, de quem sou fã, Armando Babaioff. O Antonio Fagundes não derruba uma lágrima e faz a gente se emocionar horrores. Com tudo isso entendo que tenho a possibilidade de aprender com os melhores.

VOCÊ TAMBÉM JÁ DECLAROU QUE ANTIGAMENTE TINHA DIFICULDADES EM ACEITAR ELOGIOS. E AGORA? 
Hoje eu aprendi a aceitar o elogio porque acho que entendi o tamanho que ocupo, nem maior, nem menor. Eu tinha vergonha de elogio.