Disfunção pode afetar vida conjugal, social, profissional e até financeira - Instagram/@eduardocosta
Vida sexual

Eduardo Costa tem compulsão sexual: veja as principais dúvidas sobre o assunto

Cantor declarou que chegava a ter 15 relações sexuais por semana, mas, atualmente, está tratando a disfunção

Sabrina Castro, com supervisão de Vivian Ortiz Publicado em 28/07/2021, às 08h00

Um dos temas mais comentados nas redes sociais na semana passada foi o vício em sexo revelado por Eduardo Costa. Na ocasião, o sertanejo, em entrevista para o canal do YouTube ‘Conceito Sertanejo’, afirmou que gosta de fazer sexo tanto quanto de cantar. Antes do tratamento, iniciado há pouco tempo, o famoso declarou que costumava ter cerca de 15 relações sexuais por semana.

“Eu gosto de mulher, gosto de transar, gosto de sexo demais. Se eu pudesse, ficava o dia inteiro foden**”, contou ele, antes de ressaltar que passava a noite inteira tendo relações. Esta dependência do sexo, porém, afetou sua relação com a esposa, quando ainda estava casado. Por esse motivo, o cantor buscou ajuda profissional.

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O diagnóstico de compulsão sexual é feito justamente quando esse excesso de atividade atrapalha a rotina de uma pessoa. “O indivíduo pode, por exemplo, parar de se dedicar ao trabalho para se masturbar, ver pornografia, conversar sobre sexo e ter relações sexuais”, explica Eduardo Perin, psiquiatra pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) e especialista em sexualidade pelo Instituto Paulista de Sexualidade.

Segundo ele, os especialistas não delimitaram uma quantidade ideal de relações por semana. Ou seja: não há nenhum problema em gostar muito de sexo, desde que isso não cause nenhum impeditivo para a vida da pessoa. Em alguns casos, não apenas a vida conjugal - o prejuízo mais comum para quem possui essa dependência - e a rotina são afetadas; o problema pode chegar até ao bolso. “Muitas pessoas acabam contratando garotas de programa, ou então pagam para fazer sexo virtual. Mesmo com tudo isso, o indivíduo tem dificuldade em interromper essa atividade. Situações assim fazem a gente pensar na possibilidade de uma compulsão sexual”, conta o médico.

Vale ressaltar que a disfunção foi considerada um distúrbio de saúde mental em 2018, segundo a Classificação Internacional de Doenças da Organização Mundial da Saúde. No documento, o órgão define o problema como “padrão persistente de falha em controlar impulsos sexuais repetitivos e intensos ou impulsos que resultam em comportamento sexual repetitivo”. 

HORA DE PROCURAR AJUDA
Apesar de existirem alguns medicamentos que ajudam a tratar o problema, o principal método indicado pelos especialistas é a psicoterapia - feita, de preferência, com um especialista em sexualidade. O profissional terá de ajudar o paciente a remanejar as emoções - afinal, na maioria dos casos, os detentores do problema costumam ligar um sentimento a necessidade de prazer. “É comum observar uma compulsão sexual em que a pessoa está entediada e aí se masturba. Ela está triste, e busca sexo. Ela está ansiosa com alguma coisa e busca uma relação sexual”, completa o psiquiatra.

Outro ponto importante é que, de acordo com uma pesquisa realizada pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), 72% dos pacientes com compulsão sexual avaliados possuem outro tipo de transtorno psiquiátrico associado, como depressão, ansiedade, transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH), transtorno bipolar e dependências químicas (alcoolismo e vício em drogas, por exemplo), além de comportamentais (vício em jogos ou em compras). “Assim, não adianta só tratar a dependência de sexo; é preciso cuidar de todo o entorno”, conta Perin.

SUBNOTIFICADO
De acordo com o especialista em sexualidade, a compulsão é oito a nove vezes mais comum entre os homens do que entre as mulheres. Vale ressaltar, porém, que o número é calculado com base nos diagnósticos feitos pelos médicos - por isso, o valor pode ser subestimado. “Os homens já têm dificuldade de falar que são compulsivos sexuais. As mulheres, mais ainda. Então, pode ser que essa estatística revele mais a questão do paciente conseguir se abrir ou procurar ajuda”, explica.

Por fim, a tendência é que os detentores desse problema não tenham uma perda intensa de libido com a idade - comum a maioria da população com mais de 60 anos. 

Ainda segundo a pesquisa da USP, 57% dos voluntários da pesquisa se disseram heterossexuais, 26% afirmaram ser gays e 17%, bissexuais. Vale ressaltar que, entre os critérios para incluir os voluntários no estudo, estavam sentir abstinência (mal-estar físico ou psicológico) quando se tenta evitar o sexo; ocupar-se de sexo no período em que a pessoa deveria estar trabalhando e fracassar no controle do comportamento sexual.
 

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