O que parecia ser mais uma briga entre celebridades na internet tem como pano de fundo uma PEC muito criticada por ambientalistas
Quem olhar superficialmente pode pensar que a briga entre Luana Piovani e Neymar é mais uma daquelas tretas que se formam do nada na internet, viralizam e depois somem na mesma velocidade com que sugiram. Aquele barraco dos bons, sabe? Que gostamos de ver de vez em quando para nos distrairmos!
Porém, desta vez, Luana foi fundo e deu um tiro certeiro, pois ao criticar Neymar, ela trouxe ao grande público um assunto que poderia ter passado despercebido por todos nós: a privatização de praias brasileiras.
E tudo começou quando Neymar anunciou em seu Instagram que está investindo, junto a uma empresa chamada Due, em um projeto que pretende construir 28 imóveis de luxo entre Pernambuco e Alagoas. O retorno do empreendimento, de acordo com o que foi divulgado pelo jornal O Globo, será de mais de R$ 7 bilhões.
Ao mesmo tempo em que este empreendimento é desenhado, há uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC), que já passou pela Câmara dos Deputados e é analisada agora pela Senado Federal, que tem como objetivo transmitir a responsabilidade de terrenos em áreas marinhas, que hoje é da União, para Governos Estaduais e Municipais. Além disso, ela também autoriza a construção ou uso de áreas e terrenos próximos ao mar, por quem puder pagar por eles.
Ou seja, se a proposta for aprovada e entrar em vigor, praias e pontos turísticos paradisíacos poderão receber hotéis, resorts e construções de luxo. Elas serão, de certa forma, privatizadas.
Esta proposta de lei é chamada de "PEC da privatização das praias" e é muito criticada por ambientalistas, que veem nela não só a privatização de pontos turísticos, mas também a abertura para a destruição de áreas naturais, com sua flora e fauna.
Tanto o jogador Neymar como a empresa Due afirmaram que não possuem relação com a PEC 03/2022, e que o empreendimento no qual trabalham segue as mais rígidas leis ambientais.
No entanto, não precisamos usar muito o cérebro para saber quem será privilegiado com essa PEC, né? Não há almoço grátis no Brasil... Como bem sabemos!
E, postas as cartas na mesa, agora podemos bater palmas para Luana Piovani que, "sem querer querendo", conectou o grande público brasileiro às obscuras discussões realizadas em Brasília. Tiro certeiro da gata !
