AnaMaria
Busca
Facebook AnaMariaTwitter AnaMariaInstagram AnaMariaYoutube AnaMariaTiktok AnaMariaSpotify AnaMaria

Luciano Mallmann, ator PCD de “Justiça 2”, também fugiu do RS

Em entrevista exclusiva à Ana Maria Digital, Luciano contou como lidou com a recente crise no sul do país e seu papel na série

Luciano Mallmann - Divulgação
Luciano Mallmann - Divulgação

O ator Luciano Mallmann estava curtindo o sucesso da série da Globoplay, “Justiça 2”, quando foi surpreendido, assim como milhares de outros brasileiros, com as enchentes no Rio Grande do Sul. 

“Eu moro em Porto Alegre, no Centro Histórico, que foi um dos bairros mais atingidos na cidade pelas enchentes. Eu moro em uma parte um pouco mais alta do centro, então a minha região ali não alagou, mas uma quadra para baixo ficou toda alagada, que é a região onde fica o Mercado Público”, explica. 

Assim como muitos conterrâneos, ele teve que sair de seu lar. “Eu decidi que eu ia sair de lá e pedi para os meus amigos, que me desceram dez andares. Tentei ir para o interior, que é onde mora a minha família, onde estava todo mundo bem, mas as estradas estavam interditadas quando eu saí de lá, então fui para São Paulo.” 

Sucesso nas telas 

Se recuperando da grande tragédia, o ator falou da série na Globoplay. “Eu interpreto o Cassiano, que é um ex-atleta de alta performance que teve sua carreira interrompida em função de um ataque homofóbico feito pelo Nestor (personagem do Marco Ricca) e que o deixou paraplégico. Precisando recalcular sua rota, o Cassiano se tornou advogado e passou a desenvolver um trabalho voluntário de defender e libertar pessoas que ele acreditava que foram presas injustamente. Nesse processo, ele encontra o Balthazar, personagem do Juan Paiva, que foi preso injustamente por uma falsa acusação também feita pelo Nestor. Quando ele consegue soltar o menino, ele o convence a se juntar a ele para se vingar desse inimigo comum”, conta para quem ainda não conferiu a obra. 

Acidente na vida real!  

Luciano se tornou paraplégico devido a um acidente e contou para Ana Maria como tudo ocorreu. “Eu me acidentei aos 33 anos em um treino de acrobacia com tecido acrobático, quando morava no Rio de Janeiro em 2004. Eu caí de uma altura de 3m, de ponta cabeça, quebrando a minha cervical. Embaixo tinha um colchão, mas não foi suficiente para me proteger da lesão medular que sofri. Minha medula foi lesionada na altura da última vertebra cervical e primeira torácica e, apesar do comprometimento causado nos membros superiores, consigo levar uma vida independente”, destaca. 

Oportunidade para PCDs na TV! 

Questionado sobre representatividade de pessoas com deficiência na TV, o ator diz que a TV pode levar o tema a muita gente. 

“É importante levar em consideração o poder de alcance que um produto audiovisual pode ter para impactar e transformar os hábitos de um grande número de pessoas. Com relação à dramaturgia, quanto mais personagens com os diferentes tipos de deficiência estiverem presentes em histórias das produções audiovisuais (novelas, séries, filmes) vivendo e expondo suas características e necessidades (seja falando ou não diretamente sobre elas), mais o público vai quebrar paradigmas e preconceitos e entender que valorizar a diversidade não é tratar todo mundo igual, mas sim dar as condições necessárias para que todos possam ser tratados igualmente”, completa.