Antes de morrer, profissional disse que emissora obrigou trabalho mesmo com a pandemia
Da Redação Publicado em 16/04/2020, às 17h38 - Atualizado às 17h38
A morte de José Augusto Nascimento Silva, editor de imagens do SBT Rio, na última segunda-feira (13), gerou repercussão nos bastidores da emissora.
No final de março, três semanas antes de morrer, ele enviou áudios a um grupo de amigos, acusando o canal de manter profissionais com o coronavírus trabalhando. As informações são do site Notícias da TV.
"Nenhum lugar no Rio de Janeiro tem mais casos suspeitos que no SBT. (...) Eu agora estou sob suspeita, inclusive com atestado de 14 dias que o doutor deu porque me calcei, sabe que não sou burro. Se tiver que processar essa turma eu vou processar. Acho de uma irresponsabilidade tremenda", disse ele na gravação.
Sua principal queixa foi de a empresa ter obrigado a jornalista Isabele Benito a trabalhar, mesmo com seu marido, Marcelo Rios, sendo uma suspeita da covid-19. O homem, que fez dois exames de diagnóstico, testou negativo no primeiro e positivo no segundo.
Após o teste positivo, Isabele foi afastada do SBT no dia 26 de março. Depois disso, outros 35 funcionários da emissora foram afastados com suspeita da enfermidade.
"Estou revoltado, não só por mim, mas também pelos meus colegas. E ela continua apresentando o jornal. Dane-se os merchans, dane-se os comerciais, dane-se tudo. Ela tá com corona, pode ser assintomática, mas vai matar uma porção de gente”, comentou José.
POSIÇÃO DO SBT
Em uma nota para o site, o canal disse que está investigando as medidas internamente e lamentou a morte do profissional.
Veja o comunicado na íntegra:
"A direção do SBT manifesta seu profundo pesar pelo falecimento de seu colaborador, uma perda lastimável para todos, e presta toda a assistência à família, desejando que tenham força para superar este momento tão difícil. O SBT reitera que adotou as adequadas medidas para prevenção do contágio e enfrentamento dessa doença, atendendo as determinações dos órgãos de saúde e autoridades sanitárias, e desconhece a origem e circunstâncias dos áudios mencionados, e pede que todos tenham respeito e consideração pelas pessoas citadas”.
