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Tontura: sabia que existem quatro principais tipos?

Apesar das várias teorias, a causa do problema ainda é pouco compreendida

*Dra. Maura Neves, colunista de AnaMaria Publicado em 25/05/2021, às 08h00

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Tontura pode ser sintoma de várias doenças, incluindo a labirintopatia - Pixabay
Tontura pode ser sintoma de várias doenças, incluindo a labirintopatia - Pixabay

Posso dizer que a tontura é um dos sintomas mais frequentes relatados pelos pacientes, com incidência de até 30% de casos ao ano. E, apesar de ser causada por uma gama de fatores, é possível chegar a um diagnóstico na maioria das vezes.

De forma geral, as doenças do labirinto são as principais causas de tontura, sendo as mais comuns a vertigem postural paroxística benigna (VPPB), a migrânea vestibular (MV), a doença de Menière e a neurite vestibular, em ordem decrescente de incidência. 

A migranea vestibular é uma alteração do sistema nervoso que causa tontura (ou vertigem) em pessoas com histórico de enxaqueca. Só que em vez das enxaquecas tradicionais, a migranea vestibular pode surgir sem a presença de dor. Também pode ser chamada de vertigem associada a enxaqueca ou migranea vestibular 

QUAIS SÃO OS SINTOMAS?
A enxaqueca vestibular nem sempre causa dor de cabeça. Tanto que seu sintoma principal é a tontura recorrente. Quando falamos vestibular, nos referimos a orelha interna, que controla a audição e o equilíbrio.

Portanto, na enxaqueca vestibular você pode sentir:

  • Tontura que dura mais que alguns minutos ;
  • Náuseas e vômitos;
  • Problemas de equilíbrio;
  • Sensibilidade a movimento (enjoo) quando mexe olhos, cabeça ou corpo;
  • Sensação de desorientação e confusão;
  • Sensação de instabilidade, como se estivesse em um barco;
  • Sensibilidade aos sons.


Ainda pode aparecer a tontura ou desequilíbrio sem a dor de cabeça. Outras vezes a tontura aparece antes, durante ou até depois da dor. Algumas vezes pode ocorrem dor de cabeça por anos previamente as tonturas.

QUAL É A CAUSA?
Existem várias teorias, mas a real causa ainda é pouco compreendida. A principal hipótese é por alterações de estímulos nervosos no cérebro.

QUEM PODE TER?
É difícil dizer quantas pessoas têm o problema atualmente. Isso porque os sintomas podem ser relacionados a muitas outras doenças. Pesquisas estimam que cerca de 1% da população tenha o problema. 

As enxaquecas tradicionais são mais frequentes nas mulheres por volta do 40 anos, porém homens e crianças podem apresentar os sintomas.

COMO FAZER O DIAGNÓSTICO?
Não existem exames de sangue ou de imagens que possam dar a certeza. A maioria dos sintomas é clínico e será uma boa conversa com o seu médico que vai levantar a suspeita.

Alguns critérios, no entanto, ajudam o profissional na busca:

  • Se você tem ou já teve enxaqueca;
  • Se você já teve ao menos 5 episódios de vertigem com a sensação de rotação ou movimento. Isto não é a mesma coisa que cinetose (enjoo de carros) ou sensação de desmaio;
  • Duração entre 5 minutos e 72 horas; 
  • Sintomas moderados a severos. Isso significa interrupção de atividades cotidianas por conta dos sintomas;
  • Ao menos metade dos sintomas ocorre associada a pelo menos um dos sintomas abaixo: sensibilidade a sons, aura visual (quando se enxerga luzes piscando antes da dor de cabeça) e dor de cabeça tipo enxaqueca (unilateral, pulsátil, moderada a severa e que piora com atividades).


QUAIS SÃO OS DIAGNÓSTICOS DIFERENCIAIS QUE MEU MÉDICO DEVE FAZER?
Provavelmente pode ser necessário uma ressonância magnética do crânio para avaliar o Sistema Nervoso Central, além de testes auditivos e de equilíbrio para avaliar a parte auditiva.

As principais doenças para diferenciar são:

  • Doenças de Menière: neste caso, antes da tontura, o ouvido apensara plenitude auditiva, ou seja ,fica tampado. Durante a crise de tontura ocorre zumbido também, o que normalmente não acontece durante a enxaqueca vestibular.
  • AVC (Acidente Vascular Cerebral ou derrame): aqui, além da tontura, ocorrem sintomas como fraqueza, alterações de fala e dormência no corpo. 


COMO É O TRATAMENTO DA ENXAQUECA VESTIBULAR?
Não há medicações específicas para elas. O otorrinolaringologista normalmente usa medicações para prevenção da crise semelhantes aos usados na prevenção da enxaqueca. 

Além disso, alguns alimentos podem desencadear a crise, como chocolate, queijo, álcool e alimentos com conservantes, entre outros.

*DRA. MAURA NEVES é formada na Medicina pela Faculdade de Medicina da USP. Residência em Otorrinolaringologia pelo HC- FMUSP. Fellow em Cirurgia Endoscópica pelo HC- FMUSP. Doutorado pela Faculdade de Medicina da USP. Médica Assistente do Hospital Universitário da Universidade de São Paulo -SP. Aqui na Revista AnaMaria, trará quinzenalmente um conteúdo novo sobre a saúde do ouvido, nariz e garganta. Instagram: @dra.mauraneves